Dois jornalistas que cobriram manifestações que ocorreram em Cabul, no Afeganistão, na quarta-feira (8), foram raptados pelo grupo extremista Talibã e espancados. A manifestação foi conduzidas por um grupo de mulheres que exigem direitos.
“Um dos talibãs colocou o pé na minha cabeça, esmagou o meu rosto contra o cimento. Deram-me pontapés na cabeça. Pensei que me iam matar”, disse o fotógrafo Nematullah Naqdi à agência AFP. Naqdi e o jornalista Taqi Daryabi trabalham para o jornal Etilaat Roz.
“Os talibãs começaram a me insultar, me bater, me chutar”, contou. O fotojornalista conseguiu salvar sua câmera ao entregá-la a uma manifestante.
Segundo os profissionais de imprensa, o Talibã os acusou de serem os organizadores do ato das mulheres que pediam direito ao trabalho e à educação. Manifestações públicas foram tornadas ilegais pelo Talibã, a menos que tenham autorização do Ministério da Justiça.
Apesar de o grupo extremista dizer que respeitaria a liberdade de atuação da imprensa, espancamentos de jornalistas tem sido cada vez mais frequentes.
O New York Times emitiu um comunicado nesta quinta exigindo que os direitos dos jornalistas sejam respeitados.