Presidente da sigla confirma neutralidade e afirma que não aceitará intervenção para forçar alianças
Com a convenção partidária marcada para a próxima quarta-feira 3, o diretório estadual do PTB já decidiu por manter a neutralidade em relação ao cargo de governador do Estado, nas eleições de outubro. Segundo o presidente da legenda no Rio Grande do Norte, Getúlio Batista, não há o menor interesse da sigla em formar aliança ou se coligar com outro partido. E que o PTB não aceitará intervenção de nenhum outro partido político, como aconteceu com o PP de Mossoró há dias e que, quem se atrever, “levará porta na cara”.
“O que houve com Beto Rosado, que tem mandato federal, devido a uma interferência de Rogério Marinho e do Ciro Nogueira, que depois o Beto teve que dar uma declaração, vou dizer ruim para um político com mandato e a história que os Rosados têm em Mossoró, e soube que isso possivelmente poderia acontecer com o PTB. Eu quero deixar bem claro que, se isso acontecer, vão levar porta na cara. E vai ser ruim, vai ser pior, eu falo com propriedade, não terá intervenção de cima para baixo, para apoio ao governo”, afirmou Getúlio.
Vice-presidente nacional do PTB para o Nordeste, ele disse que houve rumores de que o PL de Rogério Marinho poderia ir à nacional para “forçar” um apoio, como aconteceu com Beto Rosado. “Falo com modéstia, mas com muita propriedade, não estou passando recibo. Me dou muito bem com Rogério, mas se isso acontecer, ele vai perder o apoio e os mais de 100 mil votos do PTB. Vai levar portada na cara e vai perder todos os votos das minhas nominatas para estadual e federal, além do tempo de rádio e TV que, possivelmente, eu dê a ele”, afirmou.
Getúlio deixou claro que o ex-ministro terá seu apoio para o Senado, desde que respeite a decisão do partido no WEstado e não tente “empurrar” Fábio Dantas ao partido. “Eu voto em Bolsonaro para presidente da República, estou neutro para o governo do Estado e em Rogério para o Senado, desde que ele aceite minha decisão. Se não aceitar, perderá o apoio e os votos. Para as nominatas, nossa expectativa é fazer um a dois deputados estaduais, se Deus quiser, e para federal, um que sabemos que é muito difícil. Tentar, pelo menos, atingir a cláusula de barreira”, afirmou.
E falou sobre o pré-candidato do Solidariedade (SDD), Fábio Dantas. “O presidente nacional do partido dele se agarrou a Lula. Tem o histórico dele, é um cara preparado, articulado, inteligente, me dou bem com ele. Mas, é um cara que já veio de outros partidos, já foi vice do pior governo do Rio Grande do Norte, então, não vou trocar seis por meia dúzia”, afirmou.
Getúlio abordou seu bom relacionamento com a governadora, apesar de não votar na esquerda, ou seja, em nenhum dos candidatos oficiais. “Ela é amiga da minha mãe, não tenho nada contra ela. Pode ser que eu não goste do PT, porque temos uma discordância em nível nacional. O PTB é opositor ferrenho ao PT”, explicou.
Getúlio falou ainda sobre o governo de Fátima Bezerra. “Acho que ela faz um bom governo, soube até que os cargos comissionados passam por um crivo bem rigoroso com relação à currículo, coisa que não vimos no governo anterior, de Robinson Faria, além de tudo o que já sabemos, como o atraso dos salários dos servidores. O que dá dignidade ao ser humano é o trabalho, o emprego, e na hora que existe esse atraso… o dinheiro tem que circular”, falou