O ex-presidente repetiu ser pessoalmente contrário ao aborto, mas enfatizou a defesa de que a questão precisa ser tratada como saúde pública
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estranhou toda polêmica gerada sobre fala dele em defesa do legalização do aborto. E repetiu que, como chefe de um dos Três Poderes, precisa tratar o assunto como uma questão de saúde pública e não com valores pessoais.
“Eu tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. O que eu disse é o seguinte: é preciso transformar isso em uma questão (de saúde) pública. As pessoas pobres, que são de vítima do aborto, têm que ter condição de se tratar na rede pública de saúde. É só isso. Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe”, disse Lula, em entrevista ao Jornal Jangadeiro, da Band News FM, do Ceará.
“Ele [o aborto] existe, por mais que a lei proíba, por mais que a religião não goste”, jutificou o ex-presidente, que será lançado candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Lula também apontou a diferença de como o assunto é tratado entre as classes mais baixas e as mais altas. “Uma pessoa que tem um poder aquisitivo bom procura uma clínica boa. E, quem sabe, viaja até para o exterior”, repetiu o petista. “O Estado tem que dar atenção a essas pessoas pobres. Não pode abandonar.”, destacou.
O petista foi alvo de críticas de religiosos e bolsonaristas por ter defendido a legalização da prática no Brasil, visto que mulheres pobres, muitas vezes, morrem ao se submeterem ao aborto clandestino em condições desfavoráveis.