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Lula diz que combate de Vinicius Junior contra racismo deve servir como lição

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O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira 30 que o racismo é transcendental e novamente condenou a violência sofrida por Vinicius Junior.

Lula ainda exaltou a postura de Vinicius Junior e disse que, se ele se insurgiu contra os seus agressores, então todos podem e devem fazer mais para combater a discriminação.

“O racismo transcende fronteiras, como ficou demonstrado nas constantes ofensas ao jogador de futebol brasileiro Vinicius Junior. A lição que podemos tirar desses imperdoáveis episódios é que se, Vini Junior, um jovem de 22 anos, é capaz de se insurgir contra multidões hostis, não resta dúvida de que podemos e devemos fazer mais para interromper esse circuito desanimador de violência”, afirmou o presidente, em sessão de fórum da ONU.

Violência sofrida por Vinicius Junior

No dia 21, o atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, foi expulso depois de confusão iniciada após insultos racistas proferidos contra ele por torcedores do Valencia. As equipes se enfrentavam no estádio Mestalla, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol –o time da capital foi derrotado por 1 a 0.

Imagens mostram o momento em que o jogador da seleção brasileira encara torcedores da equipe mandante próximos à linha de fundo. A situação provocou uma aglomeração entre atletas dos dois times e a partida foi interrompida por alguns instantes. Apenas o brasileiro foi expulso, com interferência do VAR (árbitro assistente de vídeo).

O caso gerou grande reação em todo o mundo. A sua expulsão foi revertida e autoridades espanholas iniciaram ações para combater os ataques racistas no país.

A mensagem do presidente estava em um pequeno vídeo que foi transmitido na 2ª sessão do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, da ONU (Organização das Nações Unidas).

O Brasil está sendo representado no evento pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A ministra, no entanto, levou a mensagem em vídeo do presidente. Lula então sugeriu que uma próxima sessão do Fórum seja realizada no Brasil.

“Mais do que nunca, esse Fórum é fundamental para avançar na declaração das Nações Unidas sobre o direito dos Afrodescendentes. A delegação brasileira sob a liderança da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reitera seu compromisso com a bandeira da igualdade racial no âmbito interno e internacional, deixando portas abertas para a realização da sessão do Fórum no Brasil”, afirmou o presidente.

“Com a participação de cada uma e de cada um de vocês nessa luta, estou certo de que vamos virar o jogo conta o racismo”, completou.

RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

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