Bebê tem hidrocefalia, usa uma bolsa de colostomia e tem síndrome de Dandy-Walker. Máscara improvisada foi usado enquanto unidade aguardava transferência de criança para hospital com UTI pediátrica.
A mãe do bebê de três meses que foi internado com uma embalagem de bolo improvisada como máscara de oxigênio disse que ele chegou ao hospital em Santa Cruz (RN) “muito debilitado” . O bebê foi internado com suspeita de bronquiolite no sábado (8) e aguardava transferência para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Segundo a mãe, Kadja Juliane, o bebê possui um quadro delicado de saúde. Ele tem hidrocefalia, usa uma bolsa de colostomia e também tem síndrome de Dandy-Walker, uma malformação no cérebro que pode causar problemas no desenvolvimento motor e aumento progressivo da cabeça.
Segundo a equipe da unidade, no sábado, ele estava com quadro de desconforto respiratório grave, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia.
A prefeitura de Santa Cruz informou que o hospital não é referência em urgência materno infantil e que a médica plantonista usou a embalagem de bolo para montar um leito semi intensivo e atender a necessidade criança enquanto aguardava regulação para leito de UTI, que havia sido solicitado.
“Mesmo eles não tendo suporte para atender criança, eles fizeram de todo o possível pra atendê-lo”, disse Kadja Juliane, que afirmou que, apesar do improviso, o bebê “melhorou bastante”. “Ele é um bebê muito especial, precisa de muito cuidado. E, graças a Deus, o pior já passou”, disse a mãe.
O bebê foi transferido na manhã desta terça-feira (11) para Natal, onde passou a receber tratamento no Hospital Infantil Varela Santiago.
Improviso
Segundo o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atuou na transferência de Santa Cruz para Natal, o improviso feito com a embalagem de bolo melhorou as condições do bebê.
“São alguns improvisos que a gente precisa fazer. Realmente ajudou bastante o rapazinho a voltar a respirar bem, a ter uma boa penetração de oxigênio no pulmão. Foi fundamental para ajudar na recuperação dele”, disse o médico Francisco Júnior.
Segundo a família, pelo bebê ter um quadro de saúde delicado, aumentou o desespero para que ele conseguisse uma vaga de UTI de forma mais rápida, já que ele já teve outras intercorrências.
A mãe contou que a equipe médica se preocupou com a internação no hospital por ele não ser pediátrico. Segundo ela, havia medo de alguma infecção devido a estrutura inadequada.
O que diz o hospital
O hospital municipal de Santa Cruz, na região Agreste potiguar, se manifestou sobre o caso.
Em nota assinada pela direção técnica, a unidade de saúde informou que o paciente de 3 meses e 20 dias deu entrada no último sábado (8), com quadro de desconforto respiratório grave, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia.
Ainda de acordo com o hospital, o bebê foi medicado e a equipe solicitou vaga de internamento em alguma unidade com UTI pediátrica. Porém, foi preciso usar o equipamento improvisado enquanto a transferência não ocorreu.
O paciente estava “clinicamente grave, mantendo quadro de desconforto respiratório e taquidispineia”, segundo a nota.