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Mais de 60 mil raios já atingiram o RN em 2023; Saiba como se proteger das descargas

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Dados extraídos da plataforma Climatempo pela Neoenergia Cosern revelam que entre os dias 1 de janeiro e 20 de março deste ano o Rio Grande do Norte foi atingido por 60.959 raios.

Esse volume de descargas atmosféricas representa um crescimento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado e já está perto de superar o total de 2022, quando foram registradas 77.382 quedas de raios no território potiguar, principalmente nas regiões do Seridó, Vale do Assu, Oeste e Alto Oeste. Somente em Mossoró, no dia 22 de fevereiro, caíram 2.239 raios.

“Monitoramos, de maneira ininterrupta, a questão climática em todas as regiões do Rio Grande do Norte. Nossas equipes são treinadas para atuar no menor intervalo de tempo possível quando há interrupção no fornecimento de energia provocado pela queda de um raio, priorizando sempre a segurança da equipe e da população”, ressalta Osvaldo Tavares, superintendente Técnico da Neoenergia Cosern.

Perturbações no sistema e danos

Os quase 61 mil raios que já caíram no estado este ano causaram 1.399 interrupções no fornecimento de energia elétrica e danificaram aproximadamente 400 equipamentos do sistema, incuindo postes, transformadores, isoladores e cabos. Além de provocar perturbações no sistema elétrico da distribuidora, a queda de tantos raios pode comprometer as instalações elétricas das residências.

“A energia contida no raio sempre procura a terra”, explica Thelmo Varela, engenheiro eletricista da Neoenergia Cosern. “Ao atingir uma edificação, o caminho natural que ela percorre é por meio das partes condutivas das instalações elétricas, as ferragens estruturais ou, quando existentes, os cabos e hastes específicos para essa função. Por isso, é extremamente importante que durante uma tempestade acompanhada de raios as pessoas retirem os aparelhos elétricos das tomadas como forma de prevenção a choques e danos nos eletrodomésticos”, diz o engenheiro.

Do ponto de vista do risco de acidentes, a probabilidade de alguém morrer atingido por um raio é de 0,8 por 1 milhão por ano no Brasil – mas ela pode aumentar para a ordem de 1 para 1.000, dependendo de onde a pessoa está e o que está fazendo durante uma tempestade.

Por isso, é preciso saber o que fazer e o que evitar quando se escuta um trovão (barulho característico de um raio) para se proteger dos próximos eventos:

Ao ar livre, sempre mantenha distância da rede elétrica, independente se estiver chovendo ou não;

Recomenda-se ficar dentro de casa ou em local abrigado durante a chuva;

Não instale, desligue ou remova antenas se estiver chovendo. Se sua antena cair sobre a rede ou próximo a ela, nunca tente segurá-la ou recuperá-la;

Desconecte das tomadas, com segurança, os aparelhos eletrônicos que não estiverem sendo usados;

Caso encontre um fio caído, jamais se aproxime e ligue imediatamente para o116 da Neoenergia Cosern.

Confira também algumas dicas de segurança elaboradas pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Governo Federal:

Não pratique atividades de agropecuária ao ar livre durante tempestades pois esta é a circunstância mais vulnerável durante uma tempestade com raios;

Afaste-se de carros e tratores e não ande de moto, bicicletas nem fique ao lado de transportes em geral;

Evite ficar em lugares abertos como praias, campos de futebol, embaixo de árvores ou perto de cercas;

Evite tocar em objetos que conduzem eletricidades, tais como celular conectado ao carregador, telefone com fio e objetos metálicos grandes;

Não se abrigue em locais abertos como sacadas, varandas, toldos, deques etc.

Opção segura de abrigo, caso esteja na rua: busque um veículo fechado e fique dentro dele, com as portas e janelas fechadas, sem encostar-se à lataria até a tempestade passar.

Por que o Brasil é campeão mundial em incidência de raios?

Por ano, segundo o Inpe, caem 77,8 milhões de raios no nosso país e a explicação para esse número tão expressivo é geográfica: o Brasil é o maior país da zona tropical do planeta – área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades e de raios.

Qual a diferença entre relâmpagos e raios?

Relâmpagos são todas as descargas elétricas geradas por nuvens de tempestades que se conectam ou não ao solo. Já os raios são apenas as descargas que se conectam ao solo.

Como os raios nos atingem?

As pessoas expostas aos raios, na maioria das vezes, são atingidas por correntes indiretas que vem, por exemplo, pelo chão.

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