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Manifestantes são executados e jornalista é preso em meio a repressão após protestos no Irã

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Dupla que supostamente participou de protestos contra o regime no ano passado foi condenada pelo assassinato de Seyed Ruhollah Ajamian, membro da força paramilitar Basij do país

Irã executou dois homens neste sábado (7), de acordo com a Fars News, afiliada ao estado, elevando para quatro o número total de pessoas executadas em relação aos protestos que varreram o país desde setembro de 2022.

Mohammad Mehdi Karami e Seyed Mohammad Hosseini foram enforcados na manhã de sábado, informou a Fars News. A dupla, que supostamente participou de protestos contra o regime no ano passado, foi condenada pelo assassinato de Seyed Ruhollah Ajamian, membro da força paramilitar Basij do país, em Karaj em 3 de novembro, segundo a agência de notícias judiciária iraniana Mizan.

Mohammad Hossein Aghasi, um advogado que defende Karami, publicou no Twitter no sábado dizendo que Karami não recebeu os direitos finais de falar com sua família antes de sua execução. O advogado acrescentou que Karami iniciou uma greve de fome na quarta-feira (4) como uma forma de protesto contra as autoridades por não permitirem que Aghasi o representasse.

Em dezembro, os pais de Karami foram às redes sociais implorando por sua vida. “Por favor, imploro a você que retire a ordem de execução do arquivo do meu filho”, disse o pai do campeão de caratê de 21 anos.

Outros 41 manifestantes foram condenados à morte no Irã, de acordo com declarações de autoridades iranianas e na mídia iraniana analisada pela CNN e 1500Tasvir, mas o número pode ser muito maior.

Enquanto isso, o editor de política do jornal independente iraniano Etemad Online, Mehdi Beyk, foi detido na quinta-feira (5), de acordo com um tuíte da publicação. A prisão ocorreu em meio a uma repressão das autoridades iranianas após os protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, no ano passado, depois que ela foi detida pela polícia moral do estado por supostamente não usar o hijab corretamente. Desde então, os protestos se uniram em torno de uma série de queixas contra o regime autoritário.

Beyk foi detido por funcionários do Ministério da Informação do Irã, disse sua esposa, Zahra Beyk, na sexta-feira.

Ele foi preso depois de “entrevistar as famílias de vários dos presos nas manifestações em andamento”, de acordo com o jornal ativista pró-reforma IranWire.

O “telefone celular, laptop e pertences do jornalista foram confiscados”, publicou sua esposa no Twitter. Não está claro até agora por que Beyk foi preso.

Autoridades iranianas já prenderam alguns indivíduos por suas críticas à resposta do governo às manifestações.

Uma das atrizes mais conhecidas do Irã, Taraneh Alidoosti, foi libertada sob fiança na quarta-feira (4), disse a ISNA, alinhada com o estado, depois que ela foi presa após criticar a execução de um manifestante.

Conhecida como ativista feminista, Alidoosti publicou no mês passado uma foto sua no Instagram sem o hijab islâmico e segurando uma placa com os dizeres “Mulheres, Vida, Liberdade” para mostrar apoio ao movimento de protesto.

Alidoosti não foi formalmente acusada, mas foi inicialmente presa por “falta de provas para suas alegações” em relação ao seu protesto contra o enforcamento de Mohsen Shekari no mês passado, na primeira execução conhecida ligada aos protestos.

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