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Maternidades públicas enfrentam superlotação e falta de médicos no RN

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Unidades das redes municipal, estadual e federal enfrentam alta demanda. Na capital, secretaria de Saúde alega falta de médicos para fechar escalas.

A rede de maternidades públicas do Rio Grande do Norte voltou a enfrentar problemas como superlotação. No Hospital Santa Catarina, os leitos estão todos ocupados, nesta sexta-feira (11) – um reflexo da superlotação também na Maternidade Januário Cicco, da UFRN. Na rede pública municipal de Natal, faltam médicos para completar a escala.

Uma amiga do funcionário público Carlos Antônio Nunes está internada no Hospital Santa Catarina desde a quinta-feira (11), após dar a uma luz a uma menina em um parto cesariano.

Porém, antes do procedimento, ela precisou sair de Canguaretama e passou pela Maternidade Januário Cicco, em Natal, onde não foi atendida por não ter vaga disponível.

“Não teve vaga. Graças a Deus ela foi encaminhada para a maternidade do Santa Catarina e ela foi atendida, nasceu a bebê”, disse Carlos.

A maternidade onde a amiga de Carlos teve bebê é a única da rede estadual que atende pacientes de alta complexidade. No hospital e maternidade Santa Catarina, são 40 leitos de enfermaria, 12 leitos pré-parto e um centro cirúrgico exclusivo para partos cesarianos, além de 20 leitos de UTI neonatal. Todos esses estão ocupados e três recém-nascidos esperavam o leito de UTI nesta sexta (11).

Apesar da ocupação, a direção da unidade diz conseguir atender à demanda regular. O problema é quando a rede materno infantil está sobrecarregada e acontece o chamado desvio de fluxo de uma maternidade para outra.

“Superlota o atendimento, o atendimento não fica humanizado como se espera, por causa da demanda, e traz um peso imenso ao nosso profissional que passa a dobrar sua demanda nos serviços. Traz até prejuízo, humanamente falando, para os profissionais médicos”, afirma Carlos Leão, diretor geral do Hospital Santa Catarina.

Outro problema enfrentado pela maternidade é a carência de médicos especialistas. De acordo com a administração da maternidade, no centro obstétrico atendem três ou dois médicos, quando o ideal seriam quatro. A situação mais difícil é na UTI neonatal com apenas dois médicos por plantão, responsáveis por 20 leitos de UTI neonatal.

O problema da falta de profissionais é enfrentado por outra maternidade, também na Zona Norte da capital potiguar, a Maternidade Leide Morais. A Secretaria de Saúde de Natal, gestora da unidade, diz enfrentar dificuldades para fechamento de escalas de obstetrícia com a empresa prestadora de serviço.

O secretário de Saúde de Natal, George Antunes, nega a ausência dos profissionais seja por atraso de pagamentos, denunciada pelo sindicado dos médicos.

“A diferença do que nós pagamos enquanto prefeitura, ou governo do estado, ou qualquer outra secretaria, é indiscutível. Pela cooperativa eles recebem no mínimo três vezes mais do que recebem pelo estado ou município”, diz.

Outra unidade materno-infantil que enfrenta dificuldades em Natal é a Maternidade Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Desde outubro, todos os dias, a maternidade funciona com a capacidade máxima, segundo a direção, que chegou a solicitar algumas vezes ao sistema de regulação para não enviar mais pacientes por causa da superlotação.

“É caótica a situação materno-infantil do Rio Grande do Norte. A gente tem visto muito outras linhas de cuidado evoluírem e a nossa não evolui”, afirma Maria da Guia Medeiros, gerente de atenção à saúde da maternidade.

G1

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