O GSI é comandado, sob o governo de Jair Bolsonaro, pelo general da reserva do Exército Augusto Heleno
O militar Ronaldo Ribeiro Travassos, primeiro-sargento da Marinha lotado no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, incentiva manifestações golpistas em frente a instalações militares e defende o assassinato de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Folha de S.Paulo publicou um vídeo datado de 24 de novembro no qual Travassos estimula os atos antidemocráticos e dúvida da posse de Lula, em 1º de janeiro.
“Eu tenho certeza de que o ladrão não sobe a rampa. Agora, você que tá bonitinho em casa, quando seu filho virar boiola ou um sapatão esquerdista, não reclame”, diz ele na gravação.
O jornal também divulgou um áudio em que Travassos afirma ter feito a previsão sobre a posse de Lula a outro membro do GSI, o general Joaquim Brandão, assessor especial do ministro Augusto Heleno.
“O general Brandão me perguntou lá no gabinete: Marujo, o que você acha? Acho, não, tenho certeza, o ladrão não vai subir a rampa. Por que você diz isso? Porque eu confio no povo que tá lá no QG, em todos os quartéis Brasil afora, confio nos caminhoneiros e nos índios. Se as Forças Armadas não fizerem nada, nós vamos fazer.”
Nas conversas, o militar também diz que haverá uma “guerra civil” no País e sugere identificar os eleitores de Lula no prédio onde mora. Afirma, ainda, que atiraria no próprio irmão se ele fizesse o gesto de “L”, característico de apoiadores do petista.
“Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o ‘L’ é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa.”
Por ser um militar da ativa, ele não poderia participar de manifestações político-partidárias. Nos áudios revelados, porém, Travassos afirma que “o general” sabe de sua atuação no movimento. Ele não deixa claro se a mensagem é uma referência a Heleno.
Procurado pela Folha, Travassos declarou que não comentaria suas afirmações e argumentou não saber se era ele mesmo nos áudios.
O GSI, por sua vez, alegou não ser de sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e indicou que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”.
Com informações da Folha de S.Paulo