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Ministério da Saúde avalia demissão de responsáveis dança

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Integrantes do Palácio do Planalto pediram à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que demita os responsáveis pela apresentação de funk considerada “inapropriada” pela pasta durante um evento sobre promoção de saúde no país.

A decisão tem sido discutida internamente no ministério neste sábado 7, segundo relatos feitos à Folha. O mais provável é que o assessor responsável pela escolha das apresentações artísticas peça exoneração.

Neste cenário, o diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Lemos, deve permanecer no cargo.

Além da exoneração, Nísia Trindade também decidiu na sexta-feira 6 centralizar em seu gabinete a curadoria para a organização de eventos oficiais do Ministério da Saúde.

A exoneração foi considerada por ministros do Palácio do Planalto ouvidos pela Folha como a melhor solução para tentar encerrar a polêmica. A decisão final, porém, será de Trindade.

A crise iniciou-se na sexta, um dia após um grupo se apresentar no intervalo do 1º Encontro de Mobilização para a Promoção da Saúde no Brasil (Em Prova), promovido pelo Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde, subordinado à Secretaria de Atenção Primária.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma mulher dançando funk ao som da música “Batcu”, de Aretuza Lovi com participação de Valesca Popozuda.

Opositores chamaram a apresentação de “erótica”, e governistas concordaram que a dança era inapropriada.

O evento contou com a apresentação de sete grupos artísticos nos intervalos. A ideia era mostrar que a dança e outras expressões de arte também são uma forma de promover saúde.

Houve apresentações, por exemplo, de capoeira, samba e dança de rua. Foi neste último que, no fim da música, uma das integrantes do grupo artístico fez a dança que viralizou nas redes.

O vídeo foi usado pela oposição ao governo Lula (PT) para acusar a gestão petista de pôr em prática um plano de doutrinação.

O deputado Coronel Telhada (PP-SP) apresentou um requerimento de informações ao Ministério da Saúde sobre o valor gasto pela pasta com as apresentações do evento. No documento, ele ainda questiona quem foram os responsáveis pelo convite aos artistas.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), disse ser “chocante como a ideologia contaminou o governo do PT”.

“É um seminário de Atenção Primaria (sic) do Ministério da Saúde!!! Atenção primária é isso aí? É isso que salva vidas num sistema que a OMS colocou em 125º lugar? O cupim identitário está corrroendo (sic) o governo por dentro. E Brasil real vê chocado tudo isso”, completou.

O partido Novo disse que o problema do PT com a família brasileira é que a “doutrinação sexualizada está cada vez mais frequente em escolas e eventos públicos do governo do PT”. “Uma mulher aparece rebolando no palco, enquanto uma pessoa ao microfone repete palavras de baixo calão”, diz a nota.

“Estão com pressa em destruir o Brasil”, afirmou a deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF).

Parlamentares preparam uma moção de repúdio para ser votada na Comissão de Saúde na Câmara. “Julgo impertinente uma apresentação vulgar como aquela em um evento de saúde. Isso não pode se repetir, vamos tomar providências”, disse o deputado Zé Vitor (PL-MG), presidente da Comissão de Saúde.

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