Reunião teria discutido “prosseguimento da fiscalização” das Forças Armadas sobre o processo eleitoral
O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, se reuniram nesta terça-feira (18) mas os documentos referentes à suposta auditoria das urnas do primeiro turno não foram entregues pelo militar. O encontro não estava previsto na agenda do ministro e teria servido para alinhar entre as partes o “prosseguimento da fiscalização” dos militares sobre as eleições.
Também participaram da reunião o assessor do Ministério da Defesa, general Rodrigo Vergara, e o secretário-geral do TSE, José Levi do Amaral Júnior. Não foi discutida a entrega da auditoria uma vez que, de acordo com determinação de Moraes emitida hoje, o Ministério tem até a próxima quinta-feira (20) para apresentá-la.
Militares não encontram falhas em urnas eletrônicas e Bolsonaro manda esconder relatório
O presidente Bolsonaro (PL) e representantes das Forças Armadas, entre eles o ministro da Defesa, lançaram dúvidas e mentiras sobre a lisura do sistema das urnas eletrônicas ao longo do processo eleitoral. Além disso, impuseram a realização de teste das urnas, que o TSE autorizou.
O primeiro turno acabou e até este momento ninguém teve conhecimento do relatório dos testes realizados pelas Forças Armadas. O motivo? Eles não encontraram nenhum erro no sistema. Apesar do relatório não ter sido divulgado, ele foi encaminhado ao presidente Bolsonaro que, diante do resultado, mandou esconder.https://d-31536164823817148379.ampproject.net/2210010655000/frame.html
Segundo informações d’O Globo, ao tomar conhecimento de que o trabalho das Forças Armadas não encontrou nenhum tipo de falha nas urnas eletrônicas, Bolsonaro não autorizou a divulgação do relatório. De acordo com relato publicado pelo jornal, Bolsonaro reagiu de forma negativa ao tomar conhecimento do resultado dos testes e disse aos militares que eles deveriam se informar mais, pois, as informações da análise dos militares vão de encontro com as que ele tem sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Diante da ruína de sua “tese” sobre as urnas eletrônicas, Bolsonaro ordenou que o relatório fosse mantido na gaveta e que um outro fosse feito no segundo turno, pois, para o presidente, as urnas podem apresentar fraudes no segundo turno da eleição 2022.
Nesta terça, Alexandre de Moraes deu 48 horas para que o Ministério da Defesa apresente uma cópia com os resultados da suposta auditoria que os militares fizeram nas urnas eletrônicas. O prazo para a entrega do documento passa a valer a partir desta quarta-feira (19). A determinação de Moraes atende um pedido da Rede, que apontou que o presidente Bolsonaro, candidato à reeleição, defendeu uma checagem alternativa das eleições, no entanto, a ação argumenta que essa auditoria não pode ser financiada com dinheiro público.