Criada em 1976, primeiro concurso ocorreu em 1988, atualmente a OSRN tem 28 músicos na ativa e supre carência com contratos temporários.
O maestro Linus Lerner comanda a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Note desde 2013 e tem dado um novo brilho ao grupo musical. Como ele próprio diz, a Orquestra é do povo potiguar. A cada concerto, a sensação de pertencimento tem sido cada vez maior, pelo público que em menos de duas horas esgota os ingressos liberados gratuitamente. Quem diria que as Quartas Clássicas e outros espetáculos presenciais protagonizados pela OSRN seriam tão concorridos, mesmo com tantos atrativos musicais, de diversas vertentes artísticas. É preciso, às vezes, ficar na fila, para conseguir um lugar. A pandemia a deixou meio recuada, mas agora ela volta com tudo.
Se a apresentação ocorrer no Teatro Riachuelo de Natal (RN), melhor prestar atenção no calendário e não perder a chance de ir de graça à melhor casa de espetáculo do estado, uma das mais concorridas do Nordeste. Toda última quarta-feira do mês, e talvez mês que vem (maio/22) volte para a sua casa de origem, o Teatro Alberto Maranhão (Ribeira), a OSRN realiza seu concerto oficial mensal. Nesta última, trouxe como solista Thomas Leleu, um francês virtuoso, diz Lerner sobre o rapaz de 34 anos, uma grata surpresa no Festival Internacional de Música “Gramado in Concert” (RS), do qual é diretor artístico.
Desde sua criação, a orquestra sofreu várias perdas no quadro efetivo. “As pessoas se vão de alguma formae, se não há reposição, fazem falta mesmo. Precisamos de concurso para no mínimo 63 músicos, se pensarmos em orquestra completa como deveria de ser, conforme consta no regimento, que seriam 91 músicos. Mas, só temos 28 atualmente”, declarou o maestro. Pode-se dizer que ele, juntamente com o músico efetivo e diretor, Luís Antônio, e a produtora cultural Tatiane Fernandes, deram nova vida à OSRN com base nas leis de incentivo cultural – Câmara Cascudo (estadual) e Djalma Maranhão (Municipal/Natal).
“Nem a Osesp tem o prazer de tocar com uma figura como ele”, disse o regente ao apresentar o solista francês, referindo-se à Orquestra do Estado de São Paulo. Espirituoso, Lerner fala em português fluente, e brinca dizendo que o convidado não entenderá as pilhérias. Ao ensejar balançar a batuta para iniciar o concerto, quebra seu próprio protocolo e fala antes da execução de uma peça, ao apresentar a “Abertura do Festival Acadêmico” de Johannes Brahms, em homenagem aos 125 anos da morte do compositor, destacou o maestro, ao citar composições clássicas, mas bem populares.
Ao mencionar o convidado, disse que o seu instrumento, a tuba, é bastante difícil de tocar, sendo considerado o avô dos instrumentos de metal. E, para arrematar, Linus Lerner deixa bem claro o que faz da OSRN um patrimônio do povo: a orquestra pode tocar de tudo, referindo ao fato de que o rapaz veio de longe para expressar sua mistura de ritmos. Thomas Leleu é o primeiro tubista a ganhar o prêmio de “Solista Instrumental Revelação do Ano” no Grammy Francês, e um dos poucos solistas em tuba. Seu estilo passeia entre clássicos, world music, música moderna e pop.
Memória Afetiva
A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte tem o Governo do Estado do RN como seu principal mantenedor, por meio da Fundação José Augusto. A temporada 2022 é realizada através do projeto Movimento Sinfônico, mediante iniciativa do Instituto Neoenergia, com patrocínio da Neoenergia Cosern e Lei Câmara Cascudo. O projeto também conta com o patrocínio da Unimed Natal e é uma realização da OSRN/Fundação José Augusto e da MAPA Realizações Culturais, com apoio G7 Comunicação.
Além da apresentação em abril, a Orquestra ministra uma MasterClass (Série Formação), nesta sexta-feira 29, às 9h, em sua sede, localizada nas instalações do Papódromo – João Paulo II, que funciona no Centro Administrativo, em Natal. As inscrições podem ser realizadas através do site www.osrn.com.br e tem vagas limitadas.
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