Principais candidatos, ex e atual presidente têm, juntos, quase 80% das intenções de voto a cerca de 4 meses do 1º turno
A depender da mais recente pesquisa eleitoral divulgada pelo Ipespe, nesta sexta (27), a chamada “terceira via” não tem muitos motivos para sonhar com a vitória nas eleições presidenciais de outubro. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – líder do levantamento com 45% das intenções de voto – e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL) – segundo colocado, com 34% – somam 79% do total de eleitores declarados.
Levantamentos anteriores feitos pelo mesmo instituto mostram que a polarização nunca esteve tão alta. Em maio de 2021, por exemplo, as intenções de voto em Lula e Bolsonaro, somadas, eram 58%, enquanto outros candidatos tinham 30%. Em novembro do mesmo ano, a diferença passou para 67% a 24%. E, agora, enquanto líder e vice-lider têm os 79% já citados, os demais candidatos, somados, chegam a 16%.
O cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, lembrou o fato de que o grupo dos “outros candidatos” – que não Lula ou Bolsonaro – já teve nos últimos tempos vários nomes que deixaram a disputa. O último foi João Doria (PSDB), que formalizou sua saída em pronunciamento na última segunda-feira.
O candidato mais próximo (ou menos distante) de Lula e Bolsonaro é Ciro Gomes (PDT), que tem 8% das intenções de voto, segundo o levantamento divulgado nesta sexta. Simone Tebet (MDB) somou 3%. A pesquisa ainda apresentou aos entrevistados o nome de Doria, que registrou 2% das intenções de voto, empatado com André Janones (Avante). Pablo Marçal (Pros), Felipe D’Avila (Novo), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC), Luciano Bivar (União Brasil) e Sofia Manzano (PCB) foram citados, mas não chegaram a 1%. Leonardo Péricles (UP) não foi citado.
Os números acima são referentes à pesquisa estimulada, ou seja, os entrevistados recebem uma lista com os nomes dos candidatos antes de dizerem em quem vão votar. Na pesquisa espontânea, Lula tem 40%, contra 30% de Bolsonaro, 4% de Ciro, 1% de Tebet, 1% de Doria e 1% de Janones. Felipe D’Avila e André Janones foram citados, mas não chegaram a 1%.
O instituto também testou cenários de segundo turno: Lula venceria Bolsonaro por 53% a 35%. Contra Ciro, a vitória do petista seria de 54% a 25%. Se a adversária fosse Tebet, Lula teria 57%, contra 18%. Em um enfrentamento entre Ciro e Bolsonaro, vitória do pedetista: 44% a 41%. O atual presidente levaria vantagem contra Tebet (40% a 34%).
Eleitores decididos
Lavareda ressaltou, ainda, o alto percentual de pessoas que dizem já ter definido seus votos: 68% dos entrevistados. Número considerado alto a mais de quatro meses do primeiro turno. “Esses dados, revelando um volume inédito de eleitores com razoável solidez de preferências, diga-se de passagem bastante antecipadas, também nos ajudam a entender porque as medições semanais das intenções de voto se movem com parcimônia”, destacou.
O Ipespe ouviu 1.000 pessoas nos dias 23, 24 e 25 de maio, mas não informa se coletou as respostas por telefone ou presencialmente. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-07856/2022. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais.