A Polícia Federal (PF) deve concluir nesta semana o inquérito que apura a inserção de falso mandado de prisão contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Nesse inquérito, são investigados o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Outro hacker, Thiago Eliezer Martins Santos, e assessores da parlamentar também figuram na investigação.
A PF avalia que todas as provas já foram levantadas e os depoimentos dos envolvidos colhidos. Agora, a equipe de investigadores se debruça sobre a representação que deve ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), com indiciamentos.
Em ocasiões anteriores, Delgatti afirmou que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido da deputada Zambelli. E que ela foi a responsável por repassar o mandado de prisão falso para inserção no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), do CNJ.
O hacker, que ficou conhecido por vazar conversas de procuradores da Lava Jato, disse que recebeu pagamentos pelo serviço. A PF achou o rastro dos pagamentos.
Carla Zambelli já negou que tenha contratado Delgatti com essa finalidade e disse que os pagamentos – via assessores – eram referentes a um trabalho para o site dela como parlamentar.
Na invasão ao sistema do CNJ, houve também inserção de dez alvarás de soltura. Delgatti informou à PF, porém, que essa fraude não foi feita por ele, mas sim pelo parceiro dele, Thiago Eliezer Martins Santos, outro hacker que já foi preso em 2019 na operação Spoofing, a mesma em que Delgatti foi detido pela primeira vez após hackear autoridades brasileiras.
Último depoimento
O hacker Thiago Eliezer prestou depoimento na tarde desta terça-feira (27) à Polícia Federal em Brasília.
A CNN apurou que foi uma oitiva rápida, com cinco perguntas, e que durou cerca de 40 minutos. Abordada pela reportagem na saída da sede da PF, a defesa preferiu não se manifestar.
Esse depoimento é considerado o último para encerrar a investigação.
Prisão
Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, foi preso em 2 de agosto do ano passado pela Polícia Federal pela terceira vez.
Delgatti confirmou, em depoimento à PF, que acessou o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e fez a inserção do falso mandado de prisão em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.