A apresentação do projeto do Terminal Oceânico do RN – Complexo Portuário “Porto Potengi” foi um dos pontos de destaque da primeira reunião ordinária da Comissão Temática de Energias Renováveis (COERE) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), realizada na última segunda-feira 6. O projeto foi apresentado pelo diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia, Darlan Santos.
Para o presidente da FIERN e da COERE, Amaro Sales de Araújo, iniciativas como essa são importantes para o fortalecimento do setor produtivo estadual. Para contribuir com o projeto, ele colocou a Federação à disposição e citou o MAIS RN, núcleo de pensamento e planejamento estratégico contínuo da Federação, como uma ferramenta que pode somar no tocante ao desenvolvimento de informações para essa obra de infraestrutura.
Darlan Santos mostrou a possibilidade de uma integração entre o Porto de Natal e o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, além do aproveitamento da malha ferroviária da região para compor esse sistema.
Dentro de sua composição, o projeto também apresenta um corredor ferroviário de integração logística e econômica; o parque ecológico de Natal e reserva ambiental do Potengi; a ponte da Marina e a Marina Ecológica da Ribeira.
O documento apresentado aos integrantes da COERE/FIERN também informa as regiões de desenvolvimento do Rio Grande do Norte e de que forma o projeto pode potencializar esses locais. Além disso, indica que os bairros próximos ao Rio Potengi, como Rocas e Ribeira, passariam por um processo de reurbanização com a chegada do terminal.
Outro ponto abordado foi a construção da terceira ponte, o que segundo o diretor-presidente do CERNE, não impediria o fluxo de grandes embarcações pelo terminal.
Santos informou ao presidente da FIERN que nos próximos dias uma equipe da empresa de consultoria responsável pelo projeto vem a Natal. “A Federação vai participar das discussões a respeito do terminal pela importância que isso tem para a indústria e a economia do Rio Grande do Norte”, concluiu.
Vice-presidente da FIERN e presidente do Sinduscon-RN, Sílvio Bezerra, enalteceu a importância do projeto. “Pode trazer um grande diferencial para o estado. O Rio Grande do Norte precisa de um projeto desses com urgência”, disse.
Fórum Internacional de Hidrogênio Renovável
Durante a reunião, também foi apresentado o Fórum Internacional de Hidrogênio Renovável, o H2Tech, que será realizado pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) como parte da programação em comemoração aos 70 anos da FIERN. O evento acontece nos dias 23 e 24 de março, na Casa da Indústria.
Pesquisadora do ISI-ER, Fabíola Correia de Carvalho, falou a respeito da importância do evento, que vai reunir nomes de referência nesse assunto no Brasil e na Alemanha, país considerado destaque no setor. “Vamos tratar questões chaves para o setor de hidrogênio renovável e o contexto da transição energética”, disse.
O presidente da FIERN classificou como “um marco para o estado fazer essa transição das energias para o hidrogênio verde”. Segundo ele, tem se trabalhado muito nos estudos e pesquisas. “O resultado vem aparecendo e isso é gratificante para todos”, disse.
O H2Tech 2023 é promovido pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e traz informações chaves sobre o hidrogênio renovável no Brasil e no mundo, incluindo tecnologias para a produção e importância do uso para a descarbonização da indústria.
O evento terá a participação dos principais players, especialistas do setor e representantes da academia que se debruçam sobre o tema no cenário nacional e em países como a Alemanha. Durante os dois dias do Fórum, estarão em discussão os principais desafios e oportunidades para o setor de hidrogênio renovável, além de questões como compromissos climáticos e transição energética, a fim de fortalecer essa indústria e auxiliar o Brasil nos processos de descarbonização industrial.
Transição de governos motiva queda de confiança
A apresentação da Sondagem ICER, que é o Índice de Confiança das Energias Renováveis foi também tema do encontro da Comissão. Esse é um trabalho conjunto da Comissão com o MAIS RN, feito trimestralmente. Nesse trimestre, o indicador apontou 7,73, o que representa uma leve queda quando comparado com o trimestre passado que foi de 7,88.
O gerente do MAIS RN, Pedro Albuquerque, informou também que outro indicador, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), também teve queda nesse período, com 5,33 e no anterior com 5,53. Albuquerque ressaltou que a queda da confiança dos dois índices acontece em momentos de transição governamental como o que é vivenciado no país.