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Publicitário diz que recebeu dinheiro para fazer pergunta a Bolsonaro no cercadinho

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Homem revelou ao jornal Folha de S.Paulo que foi pago pelo dono do canal Foco do Brasil

O canal bolsonarista Foco do Brasil teria pagado ao publicitário Beto Viana para se passar por um apoiador fake do presidente Jair Bolsonaro (PL). Para receber os valores, que giram em torno de 2 mil reais, o homem deveria ainda fazer uma pergunta previamente acertada para que o ex-capitão pudesse ‘mitar’ no vídeo. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira 20.

A pergunta feita pelo falso apoiador ao presidente, segundo o relato, teria sido combinada entre o canal Foco do Brasil e a assessoria do presidente. A intenção era fazer com que sua resposta viralizasse nas redes sociais.

Beto Viana diz que foi pago para se dirigir a Bolsonaro e questioná-lo sobre uma entrevista de Luiz Henrique Mandetta, ainda ministro da Saúde, ao programa Fantástico, da TV Globo. O presidente então responde: “Eu não assisto a Globo”. A plateia reage aos gritos e a cena então passa a circular com força entre os bolsonaristas.

O vídeo não está mais listado no canal original, mas segue no ar no canal oficial de Bolsonaro com a logo do Foco do Brasil e a data original da publicação. Viana aparece nas imagens de camisa florida. 

O caso citado ocorreu no dia 13 de abril de 2020, três dias antes da demissão de Mandetta no auge da pandemia. Pela pergunta, Viana teria recebido 1.100 reais via TED do Foco do Brasil como um adiantamento de salário, que giraria em torno de 2 mil reais mensais.

“Eu fiquei até meio sem graça porque imaginei que ele ia falar alguma coisa, falar da entrevista e tal, porque, no meu ponto [de vista], seria uma pergunta de imprensa, mas era uma pergunta para ele poder ‘mitar’. Aí ele ‘mitou’”, relata Viana ao jornal.

Além do relato, Viana mostrou ao jornal como foi o contato do Foco do Brasil com o pedido para que ele se passasse por um apoiador fake. Anderson Azevedo Rossi, dono do canal, teria perguntado via WhatsApp se ele teria coragem de fazer uma pergunta ao presidente. A orientação era de que ele interrompesse qualquer outro apoiador, já que a assessoria do ex-capitão estaria orientada e aguardando a questão, escrita nos mínimos detalhes na conversa. Foi também solicitado que Viana agisse como um apoiador, sem levantar suspeitas de repórteres no local.

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