Em entrevista à Folha de São Paulo, Senador afirmou que situação deixou governo Lula “muito confortável”
Eleito Senador pelo Rio Grande do Norte e cabo eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) no estado, Rogério Marinho (PL) afirmou em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada neste sábado 14, que os ataques aos três Poderes, em Brasília, no último domingo 8, deixaram o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “muito confortável” e que os apoiadores de Jair Bolsonaro não podem ser considerados terroristas.
Na ótica do atual Senador, e candidato à presidência da Casa, os ataques aos três Poderes são considerados reprováveis “sob qualquer ângulo” e defendeu que os radicais sejam punidos. No entanto, defendeu que uma minoria servem de justificativa para rotular os que têm ponto de vista ideológico diferente do governo Lula. “Como se fossem terroristas , radicais , antidemocratas. Isso não é verdade. Até porque mais de 58 milhões de brasileiros não votaram em Lula. Temos que ter muito cuidado com generalização e estigmatização de parcela da sociedade, tratada de forma pouco recomendável e pouco republicana”, posicionou-se.
Ele também define que por parte dos que tomaram decisões em relação ao episódio, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a “diligência necessária”. Mas, reclama do que chama de seletividade. “Se há omissão, se a imprensa já noticia que o aparato de inteligência do governo federal tinha conhecimento de que esses atos aconteceriam, porque não foram tomadas providências para evitar que isso ocorresse? A culpa é apenas da PolíciaMilitar [doDF]? Ou a culpa pode ser apurada para verificar se a omissão e a falta de proatividade que resultou no quebra-quebra pode ser imputada ao governo federal?”, questionou.
Em relação a um inquérito aberto pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra parlamentares do PL que teriam incentivado o ataque, Marinho afirmou que “cada um responde por seus atos”. Em outro ponto da entrevista, defendeu Bolsonaro quando questionado se o ex-presidente teria insuflado parte de seu eleitorado contra o STF. “Que eu saiba, o presidente Bolsonaro falou duas vezes em dezembro e não
vi, em nenhuma, ele insuflando, pelo contrário. [Vi ele] dizendo claramente que é contra bloqueio ou depredação. Você viu aí três ou quatro mil pessoas, não sei quantas estavam, de uma minoria radical. Isso não pode representar esse grande número de brasileiros que têm valores e visão de mundo diferentes”, argumentou na entrevista.
Questionado a respeito de uma declaração do ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que afirmou que tudo que foi feito por Bolsonaro iria por água abaixo pela ação de radicais, o parlamentar potiguar afirmou que a situação deixa Lula “muito confortável”. Não acho que põe por água abaixo. Mas, por outro lado, deixa o atual governo muito confortável. Porque todas as contradições e todos os equívocos cometidos passam a ser colocados em segundo plano”, disse.