O senador potiguar Rogério Marinho (PL) e o gaúcho Hamilton Mourão (Republicanos), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), vão pedir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que um grupo de parlamentares receba autorização para visitar o ex-ministro Walter Braga Netto, preso desde o último sábado (14). As informações são do jornal O Globo.
Segundo a Polícia Federal, Braga Netto atuou em dois núcleos do grupo suspeito de atuar em uma trama golpista contra o então presidente eleito Lula (PT). Tanto ele quanto o ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram indiciados por tentativa de golpe de Estado. A lista ainda trouxe ex-ministros de Bolsonaro, ex-comandantes do Exército e Marinha, militares da ativa e reserva, além de ex-assessores do ex-presidente.
Além de prender Braga Netto, que é general da reserva do Exército, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro e vice na chapa derrotada de 2022, a Polícia Federal também realizou buscas e apreensões em endereços ligados e ale.
Nesta terça (17), na rede social X (ex-Twitter), Mourão disse que, na condição de senador da República e para cumprir uma de suas missões funcionais, que é a fiscalização, protocolou expediente junto ao STF para que possa visitar o General Braga Netto e verificar “in loco” suas condições e suas necessidades.
De acordo com o jornal, a articulação para o pedido tem sido feita por Marinho, que é o secretário-geral do PL e líder da oposição no Senado. O intuito seria usar a prerrogativa parlamentar para verificar as condições da prisão de Braga Netto.
A Agência Saiba Mais procurou a assessoria do senador potiguar Rogério Marinho para confirmar o pedido e saber qual seria o motivo da visita a Braga Netto. A assessoria não respondeu até a publicação desta matéria.
Antes da prisão do ex-candidato a vice de Bolsonaro, Rogério Marinho já vinha defendendo sistematicamente uma anistia para os golpistas condenados pelo STF pela participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou que as penas aplicadas aos bolsonaristas que depredaram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto foram “excessivas”.
“Precisamos avançar em direção à anistia e pacificação para retomarmos a normalidade democrática e o respeito às instituições. Uma democracia sólida é feita com ordem, diálogo e respeito aos direitos de todos”, comentou o senador após o ataque terrorista contra o STF, na noite de 13 de novembro, protagonizado pelo extremista Francisco Wanderley Luiz.
“Tiu França”, como era conhecido o radical, foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul (SC). Ele explodiu duas bombas, a primeira delas em um carro estacionado próximo à Câmara dos Deputados e a segunda, em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele terminou morrendo no ataque terrorista.
Depois do pedido de indiciamento de Bolsonaro pela PF, junto com outras 36 pessoas, Marinho voltou a falar em anistia, além de defender a candidatura do ex-presidente em 2026, apesar de ele estar inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O senador disse que ligar Bolsonaro à trama golpista de 2022 é “forçar a barra”. “A anistia é um instrumento previsto na Constituição e é um ato político, não é jurisdicional”, defendeu Marinho.