O líder da oposição no Senado Federal, Rogério Marinho, reagiu ao encaminhamento pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do pedido de extinção do PL ao Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, criado pelo Ministério Público Federal (MPF) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Rogério, que também é presidente estadual do PL e provável candidato a governador pela legenda em 2026, disse em uma publicação no X, antigo Twitter, que “nem a denúncia nem o denunciante merecem importância”.
“Tempos de democracia relativa e perseguição política. Quem não concordar com a visão e prática dos detentores do poder, tem que ser silenciados e emudecidos. Inexplicável a postura da PGR, nem a denúncia nem o denunciante merecem importância”, escreveu o senador.
Já os deputados federais General Girão, Sargento Gonçalves e Robinson Faria, ambos filiados ao PL, não se manifestaram sobre a notícia.
O pedido de extinção do PL foi feito pelo deputado federal André Janones (Avante-MG), que solicitou ao MPF que entrasse com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para extinguir o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado no inquérito da Polícia Federal de ser o articulador da trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A petição foi protocolada em novembro. No documento, o deputado mineiro cita a suposta ligação do PL com ações antidemocráticas de integrantes da extrema-direita, apoiadores de Jair Bolsonaro, que não aceitavam o resultado das eleições de 2022, vendidas pelo presidente Lula.
De acordo com Janones, o pedido de extinção do PL “fundamenta-se na necessidade de proteção do regime democrático brasileiro, que tem sido alvo de sucessivos ataques e ameaças originados e fomentados por figuras de liderança e membros do partido requerido”.
Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, é um dos indiciados pela Polícia Federal no inquérito que apura o plano golpista que para impedir a posse de Lula, que também previa o assassinato do presidente, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Janones, também é mensagem postada no X, afirmou que extinguir o PL “não é um ataque à democracia, mas uma defesa dela”. “Partidos que sustentam ditadores e espalham o ódio travestido de democracia são uma ameaça à liberdade de todos”, comentou.
Rogério Marinho defendeu anistia para golpistas
Rogério Marinho vem defendo sistematicamente uma anistia para os golpistas condenados pelo STF pela participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou que as penas aplicadas aos bolsonaristas que depredaram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto foram “excessivas”.
“Precisamos avançar em direção à anistia e pacificação para retomarmos a normalidade democrática e o respeito às instituições. Uma democracia sólida é feita com ordem, diálogo e respeito aos direitos de todos”, comentou o senador após o ataque terrorista contra o STF, na noite de 13 de novembro, protagonizado pelo extremista Francisco Wanderley Luiz.
“Tiu França, como era conhecido o radical, foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul (SC). Ele explodiu duas bombas, a primeira delas em um carro estacionado próximo à Câmara dos Deputados e a segunda, em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele terminou morrendo no ataque terrorista.
Depois do pedido de indiciamento de Bolsonaro pela PF, junto com outras 36 pessoas, Marinho voltou a falar em anistia, além de defender a candidatura do ex-presidente em 2026, apesar de ele estar inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O senador disse que ligar Bolsonaro à trama golpista de 2022 é “forçar a barra”. “A anistia é um instrumento previsto na Constituição e é um ato político, não é jurisdicional”, defendeu Marinho.