Depois de escantear o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), ao dizer que só tem compromisso com com o senador Styvenson Valentim (Podemos) e o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), para as eleições de 2026, o senador Rogério Marinho (PL) fez um movimento de reaproximação ao defender uma chapa de oposição unifica para disputar a sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT).
Em dezembro, o senador bolsonarista havia declarado que “a parceria com Styvenson e Paulinho está mantida e tem sido confirmada permanentemente”, reiterando que eles estarão na mesma chapa em 2026. Além de excluir Allyson Bezerra do palanque oposicionista, ao não citá-lo entre os “parceiros”, Rogério Marinho também deixou de fora de lista o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos).
Alysson Bezerra, Álvaro Dias e Rogério Marinho são pré-candidatos a governador. O congestionamento de nomes na oposição, com a consequente divisão do eleitorado bolsonarista no Rio Grande do Norte, poderia, em tese, favorecer o candidato governista, que provavelmente será o atual vice-governador Walter Alves (MDB).
Pensando nisso, Marinho ajustou o discurso ao afirmar que “candidaturas devem ser definidas sem vaidades pessoais” e defender uma chapa de oposição juntando Álvaro, Allyson e Styvenson.
“Não é hora de vaidades pessoais. Aquele que tiver as melhores condições será o candidato. Temos que nos despir de interesses individuais e focar no que é melhor para o Rio Grande do Norte. A população merece um projeto robusto e que realmente faça diferença”, afirmou o senador, em entrevista a uma rádio local.
Na semana passada, Marinho havia declarado que o candidato da oposição ao Governo do Estado seria ele, Álvaro Dias ou Allyson Bezerra, indicando que não haverá divisão no palanque bolsonarista no Rio Grande do Norte. “Nós precisamos estar juntos. A nossa divisão favorece o adversário”, declarou.
Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, anunciou que iniciará uma série de viagens em março pelo interior do RN. Oficialmente, o périplo pelos municípios potiguares tem como objetivo “identificar os principais desafios do estado”, mas na prática servirá para costurar alianças que viabilizem sua candidatura em 2026.
“Vou percorrer o Rio Grande do Norte, levantando as dificuldades in loco, conversando com as pessoas e construindo um projeto que seja capaz de unir a oposição e oferecer uma alternativa concreta ao que temos hoje”, avisou.
Marinho conseguiu uma vitória política importante com a eleição do aliado Babá Pereira, ex-prefeito de São Tomé, para presidente da Federação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Norte (Femurn), derrotando o candidato apoiado pela governadora Fátima Bezerra, o prefeito de Pedra Grande, Pedro Henrique (PSDB).
Na votação realizada de forma on-line, Babá Pereira obteve uma ampla vitória contra Pedro Henrique, derrotando seu adversário por 109 votos a 52. O placar folgado demonstrou que, em matéria de articulação política, Rogério Marinho está bem à frente da governadora Fátima Bezerra, que mesmo com a força da máquina estadual não conseguiu atrair a maioria dos prefeitos para o seu lado na disputa pela Femurn.