Presidente classifica decisão do ministro do Supremo para restringir acesso a armamento como “injusta e ilegal”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (6) que, caso eleito, “resolve questão dos decretos” com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), “em uma semana”. Na segunda-feira, o ministro restringiu a aquisição de armas e munições para cidadãos comuns, até então autorizada por decretos do Executivo.
“Não concordo em nada com o senhor Fachin. Peço que quem está assistindo que acredite em mim. Acabando as eleições, a gente resolve essa questão dos decretos em uma semana. Todo mundo tem que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Encerrou por aqui o assunto dos decretos. Acabando as eleições e eu sendo reeleito, a gente resolve esse problema e outros problemas”, disse em entrevista à Jovem Pan News.
O ministro do STF analisou três ações sobre o tema e mandou a decisão ao plenário virtual da Corte. Os requerimentos aguardavam julgamento desde o ano passado, após pedido de vista do ministro Nunes Marques. Fachin argumenta ter atendido aos pedidos em razão da urgência das eleições.
O presidente voltou a mencionar a decisão do ministro ao comentar políticas para a área de segurança pública. Bolsonaro classificou as ações de Fachin como “interferências injustas e ilegais”.
“Você vai chegar para um cara no campo que tem uma arma lá ou que quer comprar uma arma e falar: ‘Você tem que devolver sua arma ou não pode comprar uma arma’. Enquanto a bandidagem, protegida por essa decisão do Fachin, não sofre qualquer retaliação”, disse.
Durante a entrevista, Bolsonaro também voltou a comentar a atuação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Ele diz que os recentes inquéritos movidos pelo ministro do STF são “inconstitucionais”.
“O Alexandre de Moraes… quantas vezes nós conversamos e alguns dias depois ele volta ao que era antes. Ele levou o convite para mim para a posse. Fui na posse. Foi um discurso pesado. E o que aconteceu logo depois? Ele continua tomando medidas. Esses inquéritos dele, acho que é consenso, são inquéritos completamente irregulares, ilegais, inconstitucionais. Você para ser democrata tem que seguir a Constituição e respeitar as leis. Nenhuma lei foi respeitada nesses inquéritos”, completou.
A CNN procurou os ministros do STF mencionados pelo presidente para que comentassem as falas – eles informaram, por meio de assessoria, que não irão se manifestar.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.