Novo reajuste foi anunciado nesta semana por revendedores de gás no estado. Preço médio é de R$ 120.
Sem dinheiro para comprar o gás de cozinha, famílias do interior do Rio Grande do Norte estão recorrendo ao uso de carvão e lenha para cozinhar.
Na comunidade de São Pedro, em Pedra Preta, a dona de casa Maria Nilda dos Santos, de 35 anos, começou a usar fogão a carvão há três meses.
Ela disse que a técnica já era usada pela família em algumas ocasiões, para economizar no uso do gás, mas passou a fazer parte do dia-a-dia quando comprar o botijão se tornou inviável para a família.
Em casa, só o marido dela trabalha, em uma fazenda de melão – emprego que conseguiu há dois meses.
“Não estou em condições financeiras de comprar um bujão. Tudo subiu. Ai a gente usa o dinheiro pra comprar comida”, afirma.
Maria compra o saco de carvão a uma vizinha, por R$ 30. O insumo dura pouco mais de 20 dias. O botijão de 13 kg atendia a demanda da família por cerca de dois meses, porém custa mais caro.
Na última terça-feira (6), o sindicato de revendedores de gás estimou que o botijão passaria a custar, em média, R$ 120, a partir desta quarta-feira (7). O aumento acontece, segundo a categoria, por conta do dissídio coletivo dos trabalhadores do setor, que tradicionalmente ocorre no mês de setembro.
No entanto, moradores do interior do RN relatam que o produto já estava sendo comercializado a preços maiores em algumas cidades. Maria Nilda relata que vários vizinhos também têm usado lenha.
“Como a gente mora numa comunidade rural, a fumaça não incomoda tanto, mas minha irmã mora na cidade e também está usando carvão, porque é o jeito”, relatou.
Nilda tem três filhos e diz que também orienta as crianças, a fim de evitar acidentes como queimaduras.
No mês de julho, o pedreiro Severino Francisco Filho, conhecido como Raminho, também passou a usar lenha para cozinhar em casa, em Natal.