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Senado aprova PEC que prevê estado de emergência para viabilizar pacote social de R$ 41,2 bi; saiba como votou cada senador

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Proposta de Emenda à Constituição amplia até o fim deste ano Auxílio Brasil e vale-gás e cria voucher temporário para caminhoneiros e taxistas. Texto vai agora para votação na Câmara.

O Senado aprovou nesta quinta-feira (30) em primeiro turno por 72 votos a 1 e em segundo turno por 67 votos a 1 a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um estado de emergência no país para viabilizar a criação de um voucher temporário de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos e um benefício para taxistas. O texto também amplia até o final do ano o Auxílio Brasil e o Vale-gás.

O impacto da proposta nos cofres públicos pode chegar a R$ 41,2 bilhões.

Nos dois turnos, o único voto contrário foi o do senador José Serra (PSDB-SP). “Às vésperas das eleições, o Senado tenta aprovar uma emenda à Constituição instituindo uma situação de emergência para liberar gastos da ordem de R$ 38 bilhões, passando por cima de todas as regras fiscais”, argumentou nesta quarta-feira (29) o senador, ao antecipar o teor do voto em uma rede social.

Embora critique o que chama de “caráter eleitoreiro” da medida, uma vez que o texto é analisado a três meses da eleição, a oposição ao governo votou favoravelmente à PEC.

Conforme o que está previsto no texto aprovado, relatado pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE), a PEC prevê até o fim deste ano:

  • Auxílio Brasil: ampliação de R$ 400 para R$ 600 mensais e previsão, segundo Bezerra, de cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa (custo estimado: R$ 26 bilhões);
  • Caminhoneiros autônomos: criação de um “voucher” de R$ 1 mil (custo estimado: R$ 5,4 bilhões);
  • Auxílio-Gás: Ampliação de R$ 53 para o valor de um botijão a cada dois meses — o preço médio atual do botijão de 13 quilos, segundo a ANP, é de R$ 112,60 (custo estimado: R$ 1,05 bilhão);
  • Transporte gratuito de idosos: compensação aos estados para atender a gratuidade, já prevista em lei, do transporte público de idosos (custo estimado: R$ 2,5 bilhões);
  • Auxílio para taxistas: benefícios para taxistas devidamente registrados até 31 de maio de 2022. O valor total dessa medida será de até R$ 2 bilhões.
  • Alimenta Brasil: repasse de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, que prevê a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e distribuição a famílias em insegurança alimentar, entre outras destinações
  • Etanol: Repasse de até R$ 3,8 bilhões, por meio de créditos tributários, para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina.

O benefício para taxistas e o repasse para o programa Alimenta Brasil foram incluídos na última versão da proposta, apresentada por Bezerra nesta quinta-feira.

Estado de emergência

Para possibilitar a criação de novos benefícios, o texto prevê a decretação de estado de emergência no país.

Esse estado de emergência, segundo o texto, decorre “da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes”.

A Lei das Eleições proíbe a criação de novos benefícios sociais em ano eleitoral. A legislação autoriza somente o pagamento de auxílios cujo orçamento já esteja autorizado no ano anterior ao das eleições — caso do vale-gás, mas que não se aplica ao voucher dos caminhoneiros e o dos taxistas.

Então, a estratégia do governo para viabilizar os novos benefícios foi a de decretar estado de emergência.

Senadores da oposição tentaram retirar esse trecho, mas não conseguiram as 27 assinaturas necessárias para que a emenda (sugestão de alteração) fosse analisada.

Eles criticaram a previsão do governo de decretar estado de emergência na tentativa de prover os benefícios e classificaram a medida como “eleitoreira”.

A PEC é aprovada após o governo, há pouco mais de um mês, anunciar o fim do estado de emergência no país, que estava em vigor devido à pandemia de Covid.

“Se a moda pega, governos em final de mandato vão criar caos no começo do ano para no final tirar o bode da sala e tentar uma recuperação eleitoral. Contra isso já me insurjo. Não pode pesar mais do que a necessidade dos benefícios. Apenas um alerta, usar estado de emergência pra qualquer coisa e, principalmente, para cobrir incompetência de governo é intolerável”, disse Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria.

“É claro que nós vamos votar nessa PEC porque quem tem fome tem pressa. Mas eu queria lembrar aqui que o governo, esse governo que aí está, o governo Bolsonaro, nunca teve interesse em política social. Aí, agora, a menos de 100 dias da eleição, ele apresenta essa PEC, uma maneira de burlar a Lei Eleitoral, certo?”, afirmou Zenaide Maia (Pros-RN).

Para o relator, Fernando Bezerra Coelho, o estado de emergência se justifica devido à “desorganização econômica” mundial causada pela pandemia.

“Nós estamos enfrentando em função da desorganização econômica que se verifica no mundo inteiro, fruto dos transtornos causados pelo pós-Covid, pelo pós-pandemia, desorganizando todo o sistema de produção mundial, que está levando inflação para todos os países do mundo. Os Estados Unidos têm a maior taxa de inflação dos últimos 40 anos, inflação no Japão, inflação na Europa, inflação no mundo inteiro, com o preço elevado dos alimentos, a fome se alastrando pelo mundo inteiro; enfim, o Congresso Nacional tinha que tomar as providências que está tomando”, explicou o ex-líder do governo no Senado.

Texto substitui ‘PEC dos Combustíveis’

A proposta analisada nesta quinta pelos senadores é uma substituição da chamada “PEC dos Combustíveis”.

Inicialmente, o texto previa uma compensação a estados que zerassem o ICMS, imposto estadual, sobre combustíveis.

Mas, diante de dúvidas sobre a efetividade da medida, o relator Fernando Bezerra (MDB-PE) apresentou o substitutivo (a nova versão do texto) que prevê o conjunto de benefícios sociais.

Todo o gasto, que pode chegar a R$ 41,2 bilhões, será realizado por meio de créditos extraordinários, fora do teto de gastos, dispositivo que limita as despesas públicas.

“A despesa será financiada por crédito extraordinário e não será considerada no teto de gastos nem na apuração da meta de resultado primário prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022”, esclareceu Bezerra.

O único senador que votou contra a matéria, José Serra (PSDB-SE), criticou esse ponto.

“O ‘pacote de bondades’ é eleitoreiro, só vai até dezembro de 2022 e compromete o futuro das contas públicas. Hoje, fui o único senador a votar contra a PEC, apelidada de PEC Kamikaze. Por esse nome já sabemos que se trata de uma bomba fiscal. Essa PEC viola a Lei de Responsabilidade Fiscal e fura o teto de gastos”, disse Serra em uma rede social.

Outros pontos

Após negociar com a oposição, o relator Fernando Bezerra Coelho mudou alguns pontos:

  • incluiu trecho que proíbe “qualquer tipo de publicidade institucional” do governo para divulgar a iniciativa de ampliar o Auxílio Brasil e o vale-gás;
  • incluiu termo “instituições financeiras federais” no artigo que trata do pagamento dos benefícios, para esclarecer que Caixa ou Banco do Brasil serão operadores dos auxílios, como já acontece hoje;
  • retirou previsão de repassar um montante específico para que a Caixa gastasse com “operacionalização e atualização tecnológica necessária à concessão” do Auxílio Brasil e do vale-gás. Oposição argumentou que o dinheiro poderia ser usado para, por exemplo, trocar cartões dos usuários do benefício;
  • excluiu ponto que deixava a cargo do Ministério da Economia a escolha do banco que vai viabilizar o pagamento do voucher aos caminhoneiros. Líder da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), disse que isso permitiria a contratação sem licitação de empresas para executar o serviço;
  • excluiu trecho que eximia a PEC de restrições impostas por normas fiscais.

VEJA COMO VOTOU CADA SENADOR NA PEC DOS AUXÍLIOS:

PEC dos Auxílios: voto de cada senador no 1º turno

  1. Acir Gurgacz (PDT-RO) – SIM
  2. Alessandro Vieira (PSDB-SE) – SIM
  3. Alexandre Silveira (PSD-MG) – SIM
  4. Alvaro Dias (Podemos-PR) – SIM
  5. Angelo Coronel PSD-BA) – SIM
  6. Carlos Portinho (PL-RJ) – SIM
  7. Carlos Viana (PL-MG) – SIM
  8. Chico Rodrigues (União Brasil-RR) – SIM
  9. Cid Gomes (PDT-CE) – não votou
  10. Confúcio Moura (MDB-RO) – SIM
  11. Daniella Ribeiro (PSD -PB) – SIM
  12. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – SIM
  13. Dra. Eudócia (PSB-AL) – SIM
  14. Dário Berger (PSB-SC) – SIM
  15. Eduardo Braga (MDB-AM) – SIM
  16. Eduardo Girão (Podemos-CE) – SIM
  17. Eduardo Gomes (PL-TO) – não votou
  18. Eduardo Velloso (União Brasil-AC) – SIM
  19. Eliane Nogueira (PP-PI) – SIM
  20. Eliziane Gama (Cidadania-MA) (Cidadania-MA) – SIM
  21. Elmano Férrer (PP-PI) – SIM
  22. Esperidião Amin (PP-SC) – SIM
  23. Fabiano Contarato (PT-ES) – não votou
  24. Fabio Garcia (União Brasil-MT) – SIM
  25. Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) – SIM
  26. Fernando Collor (PTB-AL) – SIM
  27. Flávio Arns (Podemos-PR) – SIM
  28. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – SIM
  29. Giordano (MDB-SP) – SIM
  30. Humberto Costa (PT-PE) – não votou
  31. Irajá (PSD-TO) – não votou
  32. Izalci Lucas (PSDB-DF) – SIM
  33. Jader Barbalho (MDB -PA) – SIM
  34. Jaques Wagner (PT-BA) – SIM
  35. Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) – SIM
  36. Jean Paul Prates (PT-RN) – SIM
  37. Jorge Kajuru (Podemos-GO) – SIM
  38. Jorginho Mello (PL-SC) – SIM
  39. José Serra (PSDB-SP) – SIM
  40. Kátia Abreu (PP-TO) – SIM
  41. Lasier Martins (Podemos-RS) – SIM
  42. Leila Barros (PDT-DF) – não votou
  43. Lucas Barreto (PSD-AP) – SIM
  44. Luis Carlos Heinze (PP-RS) – SIM
  45. Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO) – SIM
  46. Mailza Gomes (PP-AC) – SIM
  47. Mara Gabrilli (PSDB-SP) – SIM
  48. Marcelo Castro (MDB-PI) – SIM
  49. Marcos Rogério (PL-RO) – SIM
  50. Marcos do Val (Podemos-ES) – SIM
  51. Margareth Buzetti (PP-MT) – SIM
  52. Maria do Carmo Alves (PP-SE) – não votou
  53. Mecias de Jesus (Republicanos-RR) – SIM
  54. Nelsinho Trad (PSD-MS) – SIM
  55. Nilda Gondim (MDB-PB) – SIM
  56. Omar Aziz (PSD-AM) – SIM
  57. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) – SIM
  58. Otto Alencar (PSD-BA) – SIM
  59. Paulo Paim (PT-RS) – SIM
  60. Paulo Rocha (PT-PA) – SIM
  61. Plínio Valério (PSDB-AM) – SIM
  62. Rafael Tenório (MDB-AL) – SIM
  63. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – SIM
  64. Reguffe (União Brasil-DF) – SIM
  65. Roberto Rocha (PTB-MA) – SIM
  66. Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – Presidente do Senado não vota
  67. Rogério Carvalho (PT-SE) – SIM
  68. Romário (PL-RJ) – SIM
  69. Rose de Freitas (MDB-ES) – SIM
  70. Simone Tebet (MDB-MS) – SIM
  71. Soraya Thronicke (União Brasil-MS) – SIM
  72. Styvenson Valentim (Podemos-RN) – SIM
  73. Sérgio Petecão (PSD-AC) – SIM
  74. Tasso Jereissati (PSDB-CE) – SIM
  75. Telmário Mota (PROS-RR) – não votou
  76. Vanderlan Cardoso (PSD-GO) – SIM
  77. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) – SIM
  78. Wellington Fagundes (PL-MT) – SIM
  79. Weverton (PDT-MA) – SIM
  80. Zenaide Maia (PROS-RN) – SIM
  81. Zequinha Marinho (PL-PA) – não votou

PEC dos Auxílios: voto de cada senador no 2º turno

  1. Acir Gurgacz (PDT-RO) – SIM
  2. Alessandro Vieira (PSDB-SE) – SIM
  3. Alexandre Silveira (PSD-MG) – SIM
  4. Alvaro Dias (Podemos-PR) – SIM
  5. Angelo Coronel (PSD-BA) – SIM
  6. Carlos Portinho (PL-RJ) – SIM
  7. Carlos Viana (PL-MG) – SIM
  8. Chico Rodrigues (União Brasil-RR) – SIM
  9. Cid Gomes (PDT-CE) – não votou
  10. Confúcio Moura (MDB-RO) – SIM
  11. Daniella Ribeiro (PSD -PB) – SIM
  12. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – SIM
  13. Dra. Eudócia (PSB-AL) – SIM
  14. Dário Berger (PSB-SC) – SIM
  15. Eduardo Braga (MDB-AM) – Não compareceu
  16. Eduardo Girão (Podemos-CE) – SIM
  17. Eduardo Gomes (PL-TO) – não votou
  18. Eduardo Velloso (União Brasil-AC) – Não compareceu
  19. Eliane Nogueira (PP-PI) – SIM
  20. Eliziane Gama (Cidadania-MA) – SIM
  21. Elmano Férrer (PP-PI) – SIM
  22. Esperidião Amin (PP-SC) – SIM
  23. Fabiano Contarato (PT-ES) – SIM
  24. Fabio Garcia (União Brasil-MT) – SIM
  25. Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) – SIM
  26. Fernando Collor (PTB-AL) – SIM
  27. Flávio Arns (Podemos-PR) – SIM
  28. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – SIM
  29. Giordano (MDB-SP) – SIM
  30. Humberto Costa (PT-PE) – não votou
  31. Irajá (PSD-TO) – Não compareceu
  32. Izalci Lucas (PSDB-DF) – SIM
  33. Jader Barbalho (MDB -PA) – SIM
  34. Jaques Wagner (PT-BA) – SIM
  35. Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) – SIM
  36. Jean Paul Prates (PT-RN) – SIM
  37. Jorge Kajuru (Podemos-GO) – SIM
  38. Jorginho Mello (PL-SC) – SIM
  39. José Serra (PSDB-SP) – NÃO
  40. Kátia Abreu (PP-TO) – SIM
  41. Lasier Martins (Podemos-RS) – SIM
  42. Leila Barros (PDT-DF) – SIM
  43. Lucas Barreto (PSD-AP) – SIM
  44. Luis Carlos Heinze (PP-RS) – SIM
  45. Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO) – SIM
  46. Mailza Gomes (PP-AC) – SIM
  47. Mara Gabrilli (PSDB-SP) – SIM
  48. Marcelo Castro (MDB-PI) – SIM
  49. Marcos do Val (Podemos-ES) – SIM
  50. Marcos Rogério (PL-RO) – SIM
  51. Margareth Buzetti (PP-MT) – SIM
  52. Maria do Carmo Alves (PP-SE) – não votou
  53. Mecias de Jesus (Republicanos-RR) – SIM
  54. Nelsinho Trad (PSD-MS) – SIM
  55. Nilda Gondim (MDB-PB) – SIM
  56. Omar Aziz (PSD-AM) – SIM
  57. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) – SIM
  58. Otto Alencar (PSD-BA) – SIM
  59. Paulo Paim (PT-RS) – SIM
  60. Paulo Rocha (PT-PA) – SIM
  61. Plínio Valério (PSDB-AM) – SIM
  62. Rafael Tenório (MDB-AL) – SIM
  63. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – Não compareceu
  64. Reguffe (União Brasil-DF) – SIM
  65. Roberto Rocha (PTB-MA) – SIM
  66. Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – Presidente do Senado não vota
  67. Rogério Carvalho (PT-SE) – SIM
  68. Romário (PL-RJ) – SIM
  69. Rose de Freitas (MDB-ES) – SIM
  70. Simone Tebet (MDB-MS) – SIM
  71. Soraya Thronicke (União Brasil-MS) – SIM
  72. Styvenson Valentim (Podemos-RN) – SIM
  73. Sérgio Petecão (PSD-AC) – Não compareceu
  74. Tasso Jereissati (PSDB-CE) – SIM
  75. Telmário Mota (Pros-RR) – não votou
  76. Vanderlan Cardoso (PSD-GO) – SIM
  77. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) – SIM
  78. Wellington Fagundes (PL-MT) – SIM
  79. Weverton (PDT-MA) – SIM
  80. Zenaide Maia (PROS-RN) – SIM
  81. Zequinha Marinho (PL-PA) – não votou

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