Na entrevista, a senadora afirmou que uma ala da sigla tentou “puxar” o seu tapete na corrida presidencial, mas ressaltou que o MDB é “maior do que seis caciques”. “Tentaram levar o partido para (o ex-presidente) Lula, judicializaram minha candidatura e foi rejeitada ação”, afirmou. “O MDB é um partido ético. Essa meia dúzia que esteve envolvida no petrolão do PT não está conosco.”
Simone enfrentou resistência de seu próprio partido – uma ala do MDB defendia apoio a Lula já no primeiro turno. Ela afirmou que a “polarização” entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) “cooptou” correligionários. A emedebista reservou a maior parte dos primeiros minutos da entrevista para fazer críticas aos governos Lula e Bolsonaro. “Eu sou a candidata de muitas pessoas que não querem voltar ao passado e não querem permanecer no presente”, disse. “Estamos diante de uma polarização política e ideológica que está levando o Brasil ao abismo.”
Simone defendeu ainda o fortalecimento de mecanismos de transparência e fiscalização para o combate à corrupção. “Vamos investir na independência no Ministério Público. No meu governo, vai haver transparência absoluta. Temos de deixar de lado esse presidencialismo de coalizão, que é de cooptação, que aconteceu no mensalão”, disse. Ela defendeu um “presidencialismo de conciliação”, trazendo para perto quem pensa como sua gestão.
Na sabatina, a senadora prometeu, se eleita, indicar o mesmo número de homens e mulheres para os ministérios. Ela foi questionada sobre como pretende cumprir a medida, uma vez que o próprio partido, o MDB, indicou 66% das candidaturas de homens para a disputa deste ano. “Não é só do meu partido. São de todos os partidos. Eles só cumprem a cota.”
Liberais
A senadora disse ainda ter “a melhor equipe dos economistas liberais do Brasil”. “Temos um compromisso fiscal, mas como um meio para se alcançar a responsabilidade social. Agenda social é erradicar a miséria, diminuir a pobreza e erradicar a fome no Brasil.”
Simone disse ser a favor da “taxação de lucros e dividendos dos ricos” e diminuir o Imposto de Renda da classe média. “Temos de garantir mais espaço para a classe média.” Segundo ela, a solução é “tirar (impostos) dos mais pobres e cobrar dos mais ricos”.
A senadora afirmou que pretende combater a prática do orçamento secreto, “abrindo as contas dos ministérios”. “Não é com diálogo apenas. Uma portaria para que todos os ministros abram as contas A partir do momento que a gente abre essas contas, a gente coloca os órgãos de fiscalização e controle, e o orçamento secreto acaba rapidinho”, disse.
A senadora encerra a série de entrevistas do Jornal Nacional. De acordo com a Média Estadão Dados, a candidata do MDB tem média de 2% das intenções de voto.
Ednita Gassel