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TSE desmente fake news sobre seções eleitorais que deram 100% dos votos a Lula; entenda

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Não há cidades com 100% dos votos para um dos candidatos, mas 147 seções eleitorais, que somam cerca de 0,01% dos votos

Uma das mais recentes táticas desesperadas do bolsonarismo para tumultuar o processo de transição governamental é propagar falsas notícias que dão conta que o candidato derrotado no segundo turno das eleições presidenciais não recebeu votos em determinadas cidades. É mais uma mentira desmentida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O que aconteceu, de fato, é que em algumas seções eleitorais, 100% dos votos válidos foram para um dos candidatos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). A maioria das seções com votação total para Lula, aliás, tem as palavras “povoado”, “comunidade” ou “aldeia” no nome.

Segundo dados do TSE levantados pelo portal de notícias G1, foram 147 seções eleitorais com 100% dos votos dedicados a um dos candidatos no segundo turno. Lula levou a melhor em 143 delas, enquanto Bolsonaro recebeu a totalidade dos votos válidos em outras quatro. Somadas, todas essas urnas tiveram 16.579 votos válidos, o que equivale a 0,01% da soma do eleitorado que votou em um dos dois candidatos no segundo turno. Cada município pode ter diversas seções eleitorais, dependendo do tamanho do eleitorado e da área geográfica.

Um episódio curioso aconteceu na cidade de Charrua, no Rio Grande do Sul. Lá, Lula obteve 100% dos votos válidos em uma das seções, a 126 (foram 302 votos). Em outra, a de número 15, Bolsonaro recebeu todos os 79 votos válidos. As outras vitórias de Bolsonaro com totalidades de votos aconteceram em uma seção do município de Chaves, no Pará, e nas duas urnas destinadas a eleitores que votariam em Caracas, na Venezuela. Porém, por conta da falta de representação diplomática do Brasil no país, as seções foram deslocadas para Bogotá, na Colômbia.

Já as 139 urnas que deram 100% de vantagem para Lula representaram, no total, 16.455 votos para o petista. Um dos casos foi registrado em uma escola que fica dentro da aldeia indígena Urubu Branco, em Confresa, no Mato Grosso. Em contato com o G1, o Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-MT) desmentiu uma das informações falsas mais compartilhadas, de que Bolsonaro não teria recebido qualquer voto na cidade, e destacou que a vantagem de 100% do petista se resumia a essa seção.

O caso da aldeia matogrossense não é isolado. Entre as 139 seções onde Lula teve votação unânime, 22 têm a palavra “aldeia” no nome. Em outras 27 aparece a expressão “comunidade”, enquanto 51 são identificadas com o termo “povoado”.

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