O Conselho de Cultura do Rio Grande do Norte pediu, nesta segunda-feira (17), o arquivamento do projeto de lei que propõe alterar o nome da Ponte Newton Navarro, em Natal, para homenagear a ex-governadora Wilma de Faria. A proposta gerou controvérsia entre membros da sociedade civil e artistas, que consideram que a mudança desrespeitaria o legado do pintor e escritor Newton Navarro, responsável por inspirar o nome da estrutura.
Em um comunicado publicado nas redes sociais, o Conselho de Cultura argumentou que a alteração não refletiria a dignidade da homenagem feita à memória de Navarro, que tem grande relevância para a cultura potiguar. Para o conselho, a ponte, inaugurada em 2007, carrega uma ligação simbólica com o trabalho de Navarro, especialmente suas obras que retratam a cidade de Natal, seus bairros e o Rio Potengi. A nota destaca que a ex-governadora Wilma de Faria, embora merecedora de ser homenageada por sua contribuição ao estado, não deveria ter o nome associado a uma possível substituição do nome de Navarro, que foi uma escolha feita pela própria ex-governadora.
O projeto de lei que propõe a mudança de nome é de autoria do deputado estadual Coronel Azevedo (PL), que defende que a homenagem à ex-governadora seja feita, pois foi durante sua gestão que a ponte foi construída. A estrutura é considerada uma das grandes realizações da administração de Wilma de Faria e serve como um importante elo entre a Zona Norte de Natal e o resto da cidade.
Entretanto, o Conselho de Cultura expressou que Wilma de Faria poderia ser lembrada de outras formas, sem prejudicar a memória de Newton Navarro, ressaltando a importância do legado cultural de ambos. A proposta ainda será analisada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que deverá votar o projeto esta semana.
Vale destacar que, recentemente, um projeto semelhante foi rejeitado pela Comissão de Justiça da Câmara Municipal de Natal. A proposta do vereador Tércio Tinoco (União) também visava alterar o nome da ponte, mas foi barrada por considerar que a decisão deveria ser tomada pelo Poder Executivo.
Com informações da 98 FM