Por Carol Ribeiro
O evento foi preparado para receber os deputados estaduais José Dias, Dr. Kerginaldo, Tomba Farias e Gustavo Carvalho, que migram do PSDB para o Partido Liberal. Hoje, a partir das 16h, na sede do PL, no bairro Lagoa Nova, em Natal, o senador Rogério Marinho, secretário nacional do partido, recebe os novos parlamentares que vão aumentar a bancada na Assembleia Legislativa de dois para seis deputados. Esse é o primeiro de um projeto que, segundo o PL, vai recepcionar novos filiados no RN ao longo dos próximos dois anos. Além do senador, estarão presentes a bancada de deputados estaduais, Coronel Azevedo e Terezinha Maia, e deputados federais, General Girão e Sargento Gonçalves. A motivação principal para a mudança de legenda para os deputados é, segundo o decano José Dias, “ a eleição de Rogério para o Governo do Estado”.
“A nossa opção é o projeto político, o que nós visamos é a eleição de Rogério para o Governo do Estado. É fundamental que o partido presidido por ele esteja forte para nós, não apenas fazendo chapa forte, mas termos também força política para ajudar nas eleições dos senadores, por isso que a nossa grande batalha é não apenas o Governo, mas também o Senado”, esclarece.
José Dias concorda em manter para o projeto de 2026 a aliança que foi firmada em 2024 em Natal, entre o PL, União Brasil, PP, Republicanos, Podemos e Solidariedade. Apesar das siglas abrigarem lideranças como Styvenson Valentim, Álvaro Dias e Allyson Bezerra, José Dias defende que Rogério é o mais preparado para administrar o RN: “Para mim é Rogério. Eu tenho amizade com Álvaro, o prefeito de Mossoró também me dou bem, mas vou dizer, o Estado está tão destroçado. Tenho 85 anos e alguma experiência e seria um desatino da minha parte pensar em outro nome. Rogério tem uma visão nacional, noção da política, é o único nome com capacidade de enfrentar o desastre que vamos herdar”, afirma ao se referir ao Rio Grande do Norte.
Oposição firme ao Governo de Fátima Bezerra (PT), assim como os demais deputados que seguem para o partido de Bolsonaro, o decano da Assembleia acredita que serão “uma oposição coerente e unida dentro do partido”. Na Assembleia Legislativa, o PL será uma das maiores bancadas, empatando com o PSDB, com seis parlamentares.
Na eleição de 2024, o PL elegeu no Estado 18 prefeitos, 28 vice-prefeitos e 147 vereadores. De acordo com Dias, não há dúvidas de que vão crescer ao atrair mais filiados pela força e organização do partido. “Até o presidente Lula, que um bicho papão, perde se a eleição fosse hoje, para Bolsonaro”.
“Nós vamos primeiro consolidar nossa posição na Assembleia Legislativa. Se nós tivermos as candidaturas com Rogério, mesmo em outros partidos, é muito bom, o importante, na realidade, é essas lideranças estarem comungando com o nosso projeto”, conclui José Dias sobre a aliança partidária.
O deputado Gustavo Carvalho também expôs, em entrevista à 98 FM e outros veículos, o desejo pela candidatura de Rogério Marinho ao Governo do RN em 2026. “Rogério Marinho é a transformação que o RN precisa”, afirmou reiteradamente o parlamentar.
Já o deputado Tomba Farias, que também assina ficha de filiação ao PL nesta tarde, ponderou: “O evento é a chegada da gente no PL. Isso aí (o Governo) é coisa que a gente está traçando e vamos conversar ao longo do tempo o que é a importância de Rogério paro Rio Grande do Norte”.
Mesmo assim, ratifica a capacidade que o ex-ministro de Bolsonaro tem para governar o RN.
“Rogério é um grande nome, uma pessoa capaz, pessoa que conhece, mostrou que é possível mudar a história do Estado. É um cara que trabalha e inclusive trabalha já com planos de alternativa para os governos do Rio Grande do Norte. Agora, todo mundo pode conversar. Nós vamos tentar unir o máximo que puder todo o pessoal da direita e do centro para que a gente possa sair vitorioso nas eleições de 2026”.
Para ele, esse diálogo se dará entre a aliança, a mesma que se formou em 2024 na capital. “Essa aliança que veio, para mim, em 26 é uma coisa que a gente tem cobrado muito. Eu estive com o senador Styvenson lá em Brasília, com o Rogério Marinho, com o Paulinho e eles estão muito afinados, muito alinhados. E a gente precisa continuar para que seja a discussão do futuro do Rio Grande do Norte”.
No entanto, de acordo com Tomba, o PL pode ser o condutor, porque “o PL saiu muito fortalecido”. “É o partido que mais cresce no Estado, cresceu muito, vai crescer agora, cresceu no Brasil inteiro. E a gente acredita que pode ser o partido do futuro”, finalizou Tomba Farias.
Novos filiados do PL acreditam no fortalecimento da oposição no Estado
Deputados estaduais que assinam ficha de filiação hoje querem fortalecer discurso de oposição à Fátima Bezerra
Tomba Farias, um dos quatro deputados estaduais que assinam hoje a ficha de filiação ao PL, ressalta que a escolha pelo partido se deu “pela conexão com o senador Rogério Marinho”, para “fortalecer o PL no Rio Grande do Norte”. Mas que a relação dentro do PSDB também “tem alguma coisa a ver, porque por parte do governo de Fátima, a gente não se sente bem”, afirma, em relação à posição governista da antiga legenda à qual estava filiado.
“Você está vendo aí o Rio Grande do Norte está vivendo a pior situação da história dele. Uma crise fenomenal. Uma crise fora do comum. A saúde destroçada, entregue às baratas, em Mossoró, em todo canto. É uma coisa praticamente sem solução e quem está pagando é o povo”, destaca Tomba.
O deputado estadual José Dias, que chega ao partido de Bolsonaro e Rogério Marinho hoje, também critica a gestão estadual e alerta para a dívida que o próximo gestor estadual deve herdar.
“É uma previsão muito triste, e eu queria ser um profeta do erro, mas isso é irreversível, ela vai deixar uma dívida, a curto prazo, que ela não está pagando a terceirizados, a fornecedores, transferências constitucionais obrigatórias, como emendas, as transformações para os municípios, as áreas de saúde e educação, vai chegar a 60%, 70% do orçamento, chega a R$ 7 bilhões de reais. Talvez ainda seja maior. E vai subir porque quando ela propõe aumento de 18% para 20% do ICMS é para dar benefício, assim como o pacote de Lula e Haddad. Não é para pagar o que está devendo não”, afirma Dias.
Por outro lado, o parlamentar destaca que “a história não é linear”, e no Rio Grande do Norte ele deverá acompanhar a mudança: “Não vou ver mais como deputado, como representante, mas como representado, vai ser como cidadão”, diz José Dias, que não deve se candidatar à reeleição.