Deise Moura dos Anjos, foi presa temporariamente no último domingo (05), suspeita de envenenar o bolo que causou a morte de três pessoas de uma mesma família e deixou outras três hospitalizadas em Torres, no Rio Grande do Sul. A mulher é nora da idosa de 60 anos que havia preparado o bolo e segue internada.
Ela foi detida sob a acusação de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. O envenenamento por arsênio ocorreu em dezembro de 2024. A audiência de custódia da investigada ocorreu na tarde da segunda-feira, 6, e Deise retornou ao Presídio Feminino de Torres.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, há depoimentos de familiares relatando desentendimentos antigos entre a suspeita e a sogra. Além disso, foi encontrado um relatório preliminar sobre os dados extraídos do celular da suspeita, junto com análises toxicológicas que indicam que as vítimas foram contaminadas com arsênio.
“Quanto ao telefone, foram extraídas informações de busca na internet, inclusive no Google shopping, pelo termo arsênio e similares”, afirmou o TJRS em nota ao Terra.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, a diretora-geral do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Inês Hoffmann, afirmou que o arsênio responsável pelas mortes estava presente na farinha utilizada para fazer o bolo, encontrada na residência da sogra da suspeita, em Arroio do Sal.
Segundo Marguet, 89 amostras foram coletadas na casa da mulher que preparou o bolo, e uma delas, de farinha, apresentou altos níveis da substância, que também foi detectada no sangue das vítimas.
“Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão altas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior”, explicou Marguet.
O delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, responsável pela investigação, afirmou que “há robustas provas que apontam que ela (Deise) é a autora (dos crimes)”. A Polícia Civil ainda investiga quem era o alvo da suspeita ao envenenar o bolo, como ela obteve o arsênio e em que momento ele foi adicionado à farinha.
“Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso”, afirmou a autoridade policial.
As três vítimas fatais, que consumiram o bolo, são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.
Zeli dos Anjos, a mulher que preparou o bolo, permanece hospitalizada em estado estável. A criança de 10 anos que também ingeriu o bolo recebeu alta do hospital na sexta-feira, conforme informações da Polícia Civil. O marido de Maida também comeu o doce, foi hospitalizado, mas já recebeu alta.
Com informações do Terra