Um monitoramento de redes sociais feito pela agência de análise de dados e mídias MAP revelou que o ex-presidente Lula chegou a 80% de aprovação de perfis não militantes com a sua viagem pela Europa na última semana.
O levantamento também mediu a opinião pública sobre Jair Bolsonaro com a ida ao Oriente Médio, que registrou apenas 27% de aprovação. Os dados foram divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo nesta terça-feira 23.
Os índices levantados, que não levam em conta perfis considerados robôs nas redes, confirmam a boa recepção pela opinião pública dos encontros de Lula com líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron, o alto executivo da UE, Josep Borrell, e o futuro chanceler alemão Olaf Scholz.
Em outro monitoramento de redes, a popularidade digital de Lula também ultrapassou a de Bolsonaro no período. O índice medido pela consultoria Quaest divulgado nesta segunda-feira 22 mostrou o ex-presidente com 63,87 pontos dos 100 possíveis. Bolsonaro ficou com 58.
O mesmo resultado foi observado pela pesquisa Modalmais/AP Exata na sexta-feira 19. O levantamento mostrou que o petista foi o mais mencionado no Twitter durante o período em que esteve na Europa. Ao todo, 40,7% das menções na rede social na última semana foram ao ex-presidente.
A ida do ex-presidente à Europa também foi destaque na imprensa internacional. Em editorial, o jornal espanhol El País destacou que “Lula deixou a mensagem em seu rastro na Europa de que o Brasil não é o Bolsonaro e que uma esquerda democrática, realista e disposta a lutar contra a desigualdade é possível”.
As comparações entre as viagens têm irritado Bolsonaro. Na quinta-feira, antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente cobrou a imprensa brasileira pelas coberturas.
“Eu vi na GloboNews: ‘Bolsonaro decepciona, Lula é um sucesso’. Ah, pelo amor de Deus”, disse irritado o presidente.
Analistas políticos também confirmaram as evidentes diferenças entre os eventos. Enquanto Lula foi recebido com honras de estadista, Bolsonaro mostrou pouco trânsito com lideranças menos expressivas, confirmando o isolamento visto na sua passagem pela Itália, para o G20, quando não teve encontros bilaterais.