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Vídeo: Professora faz gesto nazista em sala de aula de colégio no PR

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Imagem repercutiu nas redes sociais, onde muitos condenaram ação da educadora; direção da unidade de ensino admitiu erro da profissional

Uma professora foi flagrada quando fazia um gesto nazista numa sala de aula do Colégio Sagrada Família, em Ponta Grossa, no Paraná. A cena teria ocorrido no último sábado e foi gravada por alunos.

No vídeo, divulgado pela Revista Fórum, é possível ver o momento em que um aluno se afasta da mesa da educadora e, logo em seguida, ela leva a mão à testa e depois estende o braço, num gesto adotado pelos nazistas para saudar Adolf Hitler.

Internautas comentaram a cena, a maioria deles condenando a atitude da professora. De acordo com informações compartilhadas no Twitter, a educadora daria aulas de redação.

Diretora do Colégio Sagrado Coração, irmã Edites classificou como “um erro” a atitude da professora e disse que o colégio não compactua com o gesto. Ela citou que “ânimos exaltados” no atual cenário político podem estar por trás do ato da educadora, mas afirmou que a postura da unidade de ensino é de neutralidade.

Irmã Edites disse, ainda, que medidas serão tomadas de acordo com o regimento interno do colégio. Ela ressaltou que a professora trabalha “há bastante tempo” na unidade e que é uma “excelente profissional”.

Nazismo

O nazismo foi um movimento político e social marcado por ideais nacionalistas e extremistas que surgiu na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial e alcançou grande notoriedade nesse país. Assumiu o poder em 1933, quando Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha. Foi classificado pelos historiadores como um movimento da extrema-direita.

Também conhecido como Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o nazismo foi o grande responsável pelo extermínio de seis milhões de judeus durante o Holocausto. Além dos judeus, outras minorias (como ciganos, homossexuais e negros) foram perseguidas e aprisionadas em campos de concentração. A suástica tornou-se o grande símbolo do nazismo.

Resumo sobre o nazismo

O nazismo foi um partido da extrema-direita que surgiu na Alemanha em 1920.

Surgiu escorado em ideais nacionalistas e extremistas que eram bastante difundidos na Alemanha desde o século XIX, entre os quais estavam o antissemitismo.

O surgimento do nazismo aconteceu logo após a Primeira Guerra Mundial, em um momento em que a Alemanha estava arrasada e humilhada após esse conflito.

O nazismo possuía princípios como o antibolchevismo, antiliberalismo, antissemitismo, militarismo, exaltação da guerra, entre outros.

Os nazistas assumiram o poder em 1933, quando Hitler foi nomeado primeiro-ministro da Alemanha. A partir desse momento, Hitler impôs uma série de mudanças no país, recuperando a economia e implantando uma ditadura totalitária que perseguia seus opositores.

A Alemanha caminhou para o seu fortalecimento militar e para o expansionismo territorial, e o resultado direto disso foi a guerra, iniciada em 1º de setembro de 1939, quando os alemães invadiram a Polônia.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha estava destruída, e o mundo, chocado com o horror do Holocausto, genocídio responsável pela morte de seis milhões de judeus.

Ideologia nazista

A ideologia nazista é bastante complexa e ampla, abordando diferentes questões. Os grandes conceitos que fizeram parte desse movimento são:

antissemitismo;

antiliberalismo;

antibolchevismo;

racismo;

exaltação da guerra;

eugenia (ideal de purificação da raça);

exaltação da raça germânica;

nacionalismo extremo;

desejo de expansão territorial;

desprezo pelas artes modernas; etc.

Antissemitismo

O antissemitismo, conforme mencionado, era algo que já existia na sociedade alemã desde o século XIX. Não faltaram nomes na história alemã de personalidades que defenderam ideais antissemitas. A aversão aos judeus assumia as formas de preconceito religioso e, principalmente, de preconceito racial.

O antissemitismo na Alemanha Nazista foi progressivamente levado a ações que tinham como objetivo excluir os judeus da sociedade. O discurso radicalizado deu lugar a ataques concentrados contra os judeus no que ficou conhecido como pogroms. Depois, houve a implementação de leis que retiravam direitos dos judeus (destaque para as Leis de Nuremberg) e, por fim, ações sistemáticas para o genocídio dessas pessoas.

Antimarxismo

O antimarxismo, representado na forma do antibolchevismo, era uma condição fundamental da ideologia nazista e havia sido propagado por Hitler em seu livro e ao longo de seus discursos. Hitler afirmava que o bolchevismo era parte da conspiração de dominação internacional orquestrada pelos judeus. Ao longo dos anos no poder, Hitler doutrinou a população alemã a considerar o bolchevismo como um inimigo natural do povo alemão e que deveria ser destruído a todo custo.

Antiliberalismo

O antiliberalismo do nazismo fazia parte da tendência do partido em desacreditar das democracias representativas que existiam na Europa (importante considerar que o nazismo criticava contundentemente o sistema democrático da República de Weimar). Aqui é importante considerar que a oposição do nazismo ao liberalismo não se voltava estritamente ao liberalismo econômico (também visto por Hitler como parte da conspiração internacional dos judeus), mas a todos os princípios básicos do liberalismo, como a democracia, o sistema de representação, os direitos básicos do cidadão, como liberdade de expressão, liberdade de manifestação política etc.

Racismo

O racismo na ideologia nazista partia do ponto da suposta superioridade da raça germânica, difundida pelos nazistas como raça ariana. Esse ideal da superioridade era fruto do darwinismo social e levou os nazistas a perseguir todo o tipo de minoria existente na Alemanha, além dos judeus. Assim, ciganos, dinamarqueses, poloneses, entre outros, eram perseguidos e sujeitos a uma germanização.

Espaço vital

Outro ponto importante da ideologia nazista era a formação de um “espaço vital” para a raça ariana, no qual se desenvolveria o Terceiro Reich, o império que duraria mil anos e que seria liderado, a princípio, pelo próprio Hitler. Essa ideia do espaço vital era conhecida como Lebensraum e é explicada por Richard J. Evans da seguinte maneira:

Os alemães, na visão de alguns, precisavam de mais “espaço vital” – a palavra alemã era Lebensraum –, e isso teria que ser obtido à custa de outros, mais provavelmente dos eslavos. Não porque o país estivesse literalmente superpovoado – não havia evidência disso –, mas porque aqueles que promoviam tais visões estavam tomando a ideia de territorialidade do reino animal e aplicando-a à sociedade humana. Alarmados com o crescimento das florescentes cidades da Alemanha, buscavam a restauração de um ideal rural no qual colonos alemães seriam senhores sobre camponeses eslavos “inferiores” […][7].

Foi esse ideal de formação de um espaço vital que levou a uma série de ações expansionistas da Alemanha na Europa ao longo da década de 1930 – a começar pela Áustria, em 1938, anexada durante o Anschluss. A anexação da Áustria havia sido cogitada na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, mas foi negada por franceses e britânicos no Tratado de Versalhes. Depois disso, os alemães concentraram seus interesses nos Sudetos e na Checoslováquia e, depois, na Polônia. A última etapa desse processo seria a conquista de parte da União Soviética.

Culto à personalidade

Por fim, cabe fazer um destaque a respeito do culto à personalidade existente no nazismo. Esse líder, conforme mencionado, era chamado pelos membros e seguidores do partido de Führer. Richard Evans[8] afirma que esse termo foi utilizado pela primeira vez pelos seguidores de um movimento de extrema-direita anticatólico que surgiu na Alemanha e era conhecido como “Longe de Roma”. Os membros desse grupo (surgido no começo do século XX) usavam o termo para se referir ao seu líder, chamado Georg Ritter von Schönerer.

Schönerer também foi o responsável por popularizar a utilização do termo Heil (Salve). Ambos os termos entraram para o vocabulário da extrema-direita alemã e foram apropriados pelos nazistas na menção do líder (Hitler) e na exaltação de sua personalidade a partir da expressão Heil Hitler.”

Consequências do nazismo

Uma das maiores consequências e que, em geral, é atribuída aos nazistas foi o início da Segunda Guerra Mundial. Esse conflito, que se estendeu durante seis anos (1939-1945), iniciou-se por causa da política expansionista alemã sobre nações vizinhas. O estopim para o início do conflito foi a invasão da Polônia, realizada pelos alemães a partir de 1º de setembro de 1939. A Segunda Guerra foi responsável por aproximadamente 70 milhões de mortos.

Outra consequência foi a grande perseguição sobre os judeus nas décadas de 1930 e 1940. Após Hitler ocupar o poder da Alemanha em 1933, os nazistas iniciaram um processo de perseguição aos judeus, sobretudo a partir de 1935, quando foram aprovadas as Leis de Nuremberg (leis que amparavam juridicamente essa perseguição). Uma das consequências dessa perseguição aos judeus foi a construção de campos de concentração.

Campos de concentração

Os nazistas passaram a construir campos de concentração logo após assumirem o poder na Alemanha, isto é, em 1933. O primeiro campo de concentração construído pelos nazistas foi o campo de Dachau, que, inicialmente, abrigava presos políticos do regime nazista. Assim, esse campo recebia social-democratas e comunistas, por exemplo.

À medida que os nazistas se fortaleceram, novos campos de concentração foram construídos e passaram a receber uma gama maior de pessoas. Com isso, Testemunhas de Jeová, ciganos, homossexuais, negros, além dos judeus, passaram a ser encaminhados para esses locais. Com a guerra, foi criado um plano de extermínio dos judeus, que resultou na morte de 6 milhões de pessoas em diferentes campos de concentração, sendo Auschwitz-Birkenau o maior e o responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas. Para saber mais, leia: Principais campos de concentração nazistas.

Holocausto

A perseguição aos judeus e a outras minorias promovida pelo nazismo ficou conhecida como Holocausto. Atualmente, sabe-se que 6 milhões de judeus foram mortos em consequência disso. Esse total correspondia a 2/3 dos judeus da Europa, pois, antes da guerra, a população judia no continente europeu era de 9 milhões de pessoas.

Notas

[1] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016.
[2] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
[3] RICHARD, Lionel. A República de Weimar 1919-1933. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
[4] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 94.
[5] Idem, p. 97.
[6] HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 98.
[7] EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. São Paulo: Planeta, 2016, p. 74.
[8] Idem, p. 83.

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