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‘Vivemos um momento de revanchismo’, diz advogado sobre chacinas em operações da polícia

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Em um intervalo de uma semana, 45 pessoas morreram durante operações policiais nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Na Baixada Santista, no litoral paulista, até o momento foram registradas 16 mortes.

A ação tem sido classificada por analistas como “revanche” das forças policiais. A Operação Escudo, como é chamada oficialmente em São Paulo, começou na sexta-feira (28) em reação à morte do soldado da PM, Patrick Reis. Após os primeiros registros de morte na operação, o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que estava ‘extremamente satisfeito’ com o resultado das incursões policiais.

O Alto Comissariado da ONU emitiu um comunicado nesta quinta-feira(03) em que define esta semana como a mais sangrenta dos últimos anos no Brasil e pede que o país avance numa investigação imparcial sobre os possíveis excessos cometidos nestas operações.

Leia mais: Chacina no Guarujá reforça papel da polícia no genocídio negro, afirmam pesquisadores

O diretor-adjunto da Conectas Direitos Humanos, Marcos Fuchs, analisou a situação ao longo dessa semana e afirmou que o país vive um momento delicado. Ele acredita que há um descompasso entre os governos e as tropas nas ruas e que é necessário pensar uma polícia mais aliada da comunidade.

“Eu acho que nós estamos vivendo um momento muito delicado. Um momento de revanchismo, de uma violência policial desproporcional e por isso toda cautela é necessária”, afirmou.

Fuchs participou ao vivo do programa Central do Brasil desta sexta-feira(04) e analisou pontos que atravessam essa onda violenta, como o racismo estrutural no país e o perfil das forças policiais.”O diálogo com as polícias precisa ser repensado. Existe um descompasso entre o executivo está comandando e o que chega nas polícias. Precisamos de um reforço de direitos humanos, uma formação mais intensa na academia de polícias, um reforço de cidadania na preparação de novos policiais. Acho que seria um bom começo”, analisou, ponderando que a análise não se trata de um perdão aos criminosos.

“Não estamos defendendo a impunidade. Aquele que cometeu crime tem que ser preso, tem direito a ampla defesa, tem que ser denunciado, julgado e ter sua pena cumprida. Mas dentro da lei”, afirmou.

Defesa da honra 

Nesta semana, em decisão unânime, o STF baniu o argumento de “legítima defesa da honra” em casos de feminicídio. A resolução vem após 45 anos de luta do movimento feminista.

Fim das férias

Após recesso, senadores e deputados federais retomaram as atividades em Brasília nesta semana com uma série de assuntos à mesa. As negociações por cargos no governo podem levar a anúncios de novos ministros, e governo enfrenta novo braço de ferro para aprovação do marco fiscal e da reforma tributária.

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